tag:blogger.com,1999:blog-45796646739836290542024-03-13T07:17:16.477-03:00Lar InteriorEste Blog é resultado de uma busca interior por um "lar", um lugar dentro de mim que posso dizer que é meu, e que ainda não surgiu. Te convido a vir nesta busca contra o conformismo e contra o vazio. Nossas viagens podem parecer diferentes, mas o destino é um só: O nosso lar interior, a paz que buscamos todos os dias.joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.comBlogger29125tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-11399022577264529542009-09-14T11:28:00.000-03:002009-09-14T11:28:38.400-03:00Como ler este BLOG?1ª coisa: Parece obvio, mas não é. Leia o blog de baixo para cima. Os primeiros posts explicam qual o propósito deste trabalho e ambientam você no universo que estou querendo que você entenda.<br />
2ª coisa: Não pense que vai me entender, ou entender a si próprio depois de ler o que escrevi. Não estou escrevendo um mapa, mas explorando territórios desconhecidos dentro de mim, que talvez sirvam para você também.<br />
3ª coisa: Na vida, não há respostas fáceis que levem ao certo. O grande sábio Dumbledore dizia para Harry Potter “Na vida há as escolhas fáceis e as escolhas certas”. Eu resolvi fazer as certas, por mais difíceis que sejam. (eu não leio Harry Potter e nem indico para ninguém)<br />
4ª coisa: procure por você honestamente, sem esconder-se atrás de desculpas. Não se vitimize e nem ataque de forma vazia. Ouça, leia, absorva o que te servir e o que não servir, jogue fora.<br />
5ª coisa: Este blog é para você, e não para o seu vizinho, a sua namorada, o seu colega de trabalho, seu patrão que te persegue. Pare de transferir para as outras pessoas as suas frustrações e encare, como homem ou mulher que você é, a pessoa que você realmente precisa ser. (Mas, se você conhecer alguém para quem seria interessante a leitura deste blog, indique!)<br />
6ª coisa: Deus tem muito mais para você do que você está imaginando. Minha viagem serviu para mim e tento te mostrar de que forma uma viagem pode servir para você. <br />
7ª coisa: Transparência, honestidade, força de vontade, caráter. Cada uma destas características eram ausentes em mim, mas resolvi vencer uma de cada vez (exatamente nesta ordem) para conseguir me tornar alguém melhor. Ainda há coisas que preciso melhorar, mas já avancei bastante, graças a Deus.<br />
8ª coisa: Os títulos guardam links interessantes que têm ligação com o assunto tratado. Assista aos vídeos, visite os sites, leia as letras de músicas. Deixe-se envolver pelo universo que envolveu minha viagem. Deixe-se ser tocado, pois isto faz toda a diferença.<br />
9ª coisa: As imagens foram todas trabalhadas, de alguma forma, por mim, mas não são de minha autoria, porém, infelizmente não sei quem são os autores. Fico devendo esta.<br />
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10ª coisa: Conheça Renée Magritte. Isso mudou minha visão de mundo, significado e simbolismo. E tudo é significado ou simbolismo. Conheça, também, Henri Cartier-Bresson, que desenvolveu a compreensão sobre o que são Momentos Mágicos e como captura-los pela lente de uma câmera.<br />
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11ª coisa: A mais importante de todas: conheça Jesus. Deixe que Ele se apresente para você. Deixe o preconceito de lado, pois não estou te convidando para ir “na igreja” ou “ser crente”, mas pedindo para você permitir que Jesus te mostre qual é a dele. Se você conhece alguém que O conhece, peça para ser apresentado. Se não, apresente-se a ele em sua casa, ajoelhado ao lado de sua cama, ele vai falar com você. Ele não deixa ninguém sem resposta.<br />
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E, por fim, que Deus te abençõe! Tenha uma ótima viagem!joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-44924165522375911812009-09-14T11:15:00.001-03:002009-09-14T11:17:24.334-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://video.tiscali.it/canali/truveo/704704634.html">http://video.tiscali.it/canali/truveo/704704634.html</a><a href="http://3.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/Sq5P3_CH_ZI/AAAAAAAAAGU/iuI4aSmCGh8/s1600-h/ATR%C3%81S,+POEIRA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" mq="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/Sq5P3_CH_ZI/AAAAAAAAAGU/iuI4aSmCGh8/s320/ATR%C3%81S,+POEIRA.jpg" /></a></div>Quando chegamos ao destino de nossas viagens, é como uma etapa que concluímos. Como se uma fase fosse vencida e outra fase começasse a partir dali.<br />
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Mas os detalhes da viagem ficam em nossa mente. Seja a vida passando pela janela do ônibus, ou sob as asas de um avião. Seja o vento batendo no rosto na janela do carro, seja o dedo estirado na beira da estrada, procurando chegar, sobre rodas, onde, sobre os pés, é longe demais.<br />
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Meu lar é onde estão meus sapatos, e meus sapatos estão em meus pés no momento, e para onde eu for, é lá que tenho que estar. Minha alegria não depende de ter, ser ou fazer mais do que os outros, mas agregar valor às vidas à minha volta.<br />
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A prioridade em nossas vidas, para Deus, é que busquemos a felicidade. Mas ele quer que a busquemos no lugar certo. O que vou falar pode ferir alguns ouvidos, mas é a verdade. Deus não quer que sejamos prósperos, ou que sejamos bons em algo. Deus quer que sejamos felizes, e se, para que nossa felicidade seja completa, ele precisar tirar algo de nós, então ele tirará. Não por maldade, mas para nos limpar.<br />
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Não quero ser melhor, nem fazer algo a mais. Esta viagem não serve para mim, meu itinerário é outro.<br />
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Cheguei ao fim desta viagem. Descobri quem sou e o que tenho que fazer? Sei o que Deus quer de mim? Não. Porém, descobri, em minha caminhada, que estes objetivos não são um fim em si, mas um caminho para a felicidade, e este caminho preciso caminhar com aqueles que amo.<br />
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Se sou importante para eles? Espero que seja tão importante para as pessoas que amo quanto elas são importantes para mim. O mundo não gira em torno de mim, eu giro em torno do mundo e preciso fazer com que ele mude de rota. Todos estão surdos, como diria a música de Roberto Carlos.<br />
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Todos estão orgulhosos demais, egoístas demais, feridos demais. A mídia em geral vende uma imagem de que aqueles que possuem são felizes, quando não são. Materialismo e pressa invadem nossas vidas de tal maneira que as coisas realmente importantes passam a ser deixadas de lado em detrimento das coisas urgentes.<br />
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Urgência e importância. Pressa e significado. Materialismo e relevância. Opostos absolutos, como bifurcações em nossa estrada que nos levam para caminhos diferentes. Não quero passar pela vida, como um ônibus que passa pelo ponto deixando a gente ali. Quero ter importância, significado e relevância, pois são as únicas coisas que realmente nos deixam felizes conosco mesmo.<br />
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É irônico, não? Só conseguimos ficar felizes conosco quando influenciamos as pessoas à nossa volta. Inconscientemente descobri que a minha felicidade está atrelada à felicidade dos que amo e a minha realização está ligada diretamente à realização dos que me cercam.<br />
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Só sou feliz aqui dentro quando olho para fora. Deus me ensinou que a melhor viagem interior que eu poderia fazer é à minha volta. Meu mundo se expandiu com este blog e quero agradecer a todos que me acompanharam até aqui nesta viagem em busca do autoconhecimento.<br />
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Como disse, não cheguei a conclusão nenhuma até agora, mas sei de uma coisa: Deus sabe exatamente qual o caminho que eu preciso tomar. Até que ele revele, pego meus sapatos e calço em meus pés. Meu lar é onde estão meus sapatos, e meus sapatos estão aqui e agora, e não em qualquer outro tempo ou qualquer outro lugar.<br />
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Adiante sonhos. Atrás, poeira.<br />
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Deus te abençoe!<br />
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João Thiago<br />
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Viajantejoão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-63319206898731422652009-09-11T11:57:00.000-03:002009-09-11T11:57:27.415-03:00Tudo o que é vivo, morre<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SqplROQVeLI/AAAAAAAAAGM/pdlX0w04qg8/s1600-h/fases-da-vida-foto-grande.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" mq="true" src="http://2.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SqplROQVeLI/AAAAAAAAAGM/pdlX0w04qg8/s400/fases-da-vida-foto-grande.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Este mês uma amiga morreu. Foi a experiência de perda mais próxima que enfrentei em minha vida.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Nunca perdi alguém tão próximo. Diferente da minha esposa, que desde cedo sabe o que é perder as pessoas que ama. Seu pai morreu quando ela era criança e esta lembrança ainda vagueia à sua volta. Ela ainda perdeu amigos e avós durante toda sua vida. Ela se apega às pessoas e vive como se amanhã elas fossem morrer.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Eu, diferente, não me apego às pessoas. Não que não dê amor, mas a falta da experiência da morte me fez totalmente perene diante da sua certa, triste e violenta realidade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Até certa indiferença me marcava. Dureza e pragmatismo. Eu era muito seco.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Até a morte desta amiga.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A morte é uma ruptura na trama natural da vida. Mas uma ruptura tão natural quanto a trama toda à sua volta. Não há nada de sobrenatural na morte, mas ao contrário, há uma constatação de que a natureza segue seu curso eternamente, pois, como já diria Chicó, personagem do Auto da Compadecida, tudo o que é vivo, morre.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Inexorável esta força da natureza. O curso do rio da vida nos mostra que não estamos livres, nenhum de nós, da fatídica hora de encarar o fim. Porém, quantas vezes fingimos que este fim não chegará?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Pensamo-nos imortais, eternos. Imaginamos que podemos fazer o que for e não seremos atingidos. Vemos-nos como grandes guerreiros vencedores de todas as batalhas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Porém, e se Deus resolver abreviar nossos dias? Como vou olhar, por exemplo, para a imagem do meu pai ou da minha mãe dentro de um caixão forrado de flores?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E eu? Até quando durarei? Há alguns meses venho sentindo umas pontadas no coração. Aos 28 anos isto é mais perigoso, pois o impacto é mais violento, do que aos 40. Conduzi minha vida longe da morte, evitando a dor e a tristeza. Será que terei de encará-la tão cedo?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Demonstrei até agora certa indiferença frente à dor da perda dos outros. Porém, isto se dá por causa da ausência da experiência. Eu julgava, em meu entendimento, que a dor não é tão grande a ponto de deixar as pessoas da forma como ficam e que a experiência da morte é distorcida pela cultura judaico-cristã, que demonstra, de forma errada, que é uma experiência de perda, terror e tristeza.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">“Para mim, viver é Cristo e morrer é lucro”. É o que dizia o apóstolo Paulo quando lhe perguntavam se tinha medo de morrer. Ele sabia qual era sua missão e estava determinado a cumpri-la. Como diria Montesquieu, devemos chorar às pessoas quando nascem e não quando morrem. Nascer é expor-se a este mundo triste, enquanto morrer é encontrar a paz tão buscada em todas as nossas lutas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O que escreverão em meu epitáfio? O que estaria sobre o meu esquife? Quantas coroas estariam à volta do meu caixão? Quantas mãos disputariam as suas alças? O que as pessoas diriam em minha derradeira despedida?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Pensei nisso enquanto carregava a alça do caixão da minha amiga. Não perdi muitas pessoas importantes. Esta foi uma das mais marcantes e tocantes despedidas de que me recordo. Não tive coragem de olhar seu caixão. Não gosto da cara que a morte nos dá. Cara de abandono e solidão. Não nos faz justiça.</span></div><div style="text-align: justify;"></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-15037192066303956352009-09-11T11:44:00.000-03:002009-09-11T11:44:11.331-03:00Só acreditaria em um Deus que soubesse dançar (Nietsche)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SqphXCDjBMI/AAAAAAAAAGE/f_900c6xznI/s1600-h/s%C3%B3+acreditaria+em+um+deus....jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SqphXCDjBMI/AAAAAAAAAGE/f_900c6xznI/s1600-h/s%C3%B3+acreditaria+em+um+deus....jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" mq="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SqphXCDjBMI/AAAAAAAAAGE/f_900c6xznI/s320/s%C3%B3+acreditaria+em+um+deus....jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;"><em>Para saber mais sobre a banda acima, acesse <a href="http://www.redhotjazz.com/kingocjb.html">aqui</a></em></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><em><span style="font-size: xx-small;">Para saber mais sobre Nietzsche, acesse <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Nietzsche">aqui</a></span></em></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><em><span style="font-size: xx-small;">Para saber mais sobre Deus, acesse <a href="http://www.bibliaonline.com.br/">aqui</a></span></em></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O ser humano (eu sempre começo os textos falando do ser humano) é uma racinha egoísta e preocupada consigo mesma.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Porém, temos nossos grandes momentos de altruísmo, entrega, e coletividade e os momentos em que enxergamos que todos somos um e que estamos todos conectados, ligados em uma mesma vibração, que é a velocidade do coração de Deus.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O que me trouxe a escrever este texto hoje foi ter entrado na internet, no site do Jacaré Banguela (é, eu fico investindo meu tempo em entretenimento de qualidade às vezes. É o famoso ócio criativo) e me deparei com um projeto muito interessante, que me mostrou exatamente o aspecto de que estou falando: estamos todos ligados em uma mesma vibração.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Um diretor de filmes resolveu sair pelo mundo com 7 músicas conhecidas de todos debaixo do braço, parou nas esquinas, com os músicos das ruas e gravou suas interpretações. criou, assim, o Playing for Change, que quer mostrar este princípio básico: todos somos cordas de um mesmo instrumento.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O trabalho me mostrou o quanto a música nos conecta, nos faz ser um só. Como em uma tribo, se movendo pelo instinto. Como músicos, que se entendem entre si.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Estes humanos excepcionais nos mostram o quanto uma linguagem universal pode tocar diferentes culturas e ser usada para mostrar o quanto nosso mundo é pequeno e o quanto somos próximos. Estamos conectados. Fazemos parte da mesma banda.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Quando entendemos que este mundo é uma esquina, onde o Senhor toca com maestria sua gaita, só nos resta uma decisão a tomar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Dançar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E Deus dança conosco.</span></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-81498576964434883382009-09-11T10:46:00.000-03:002009-09-11T10:46:32.223-03:00Teu passado te condena<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SqpUQvRljAI/AAAAAAAAAF0/9MFh8fVE92g/s1600-h/teu+passado+te+condena.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" mq="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SqpUQvRljAI/AAAAAAAAAF0/9MFh8fVE92g/s320/teu+passado+te+condena.jpg" /></a><a href="http://www.blogger.com/"></a><span id="goog_1252676406897"></span><span id="goog_1252676406898"></span></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O Paulo era um amigo da minha família lá em Itariri. Quando a gente morou no sítio (eu morei em um sítio, caso você não tenha lido o primeiro post) ele era caseiro de um vizinho nosso, e sempre solícito, ajudando todo mundo. Paulo vinha de Pernambuco, tinha uns olhos azuis profundos, um corpo franzino, mas musculoso, andava de cabeça baixa e não gostava de muita bagunça. Seu fraco eram as mulheres, e ele sempre aparecia com uma diferente que fazia ele de gato e sapato e deixava ele sem nada no final.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O Paulo tinha vindo fugido de Pernambuco. Tinha feito coisa feia por lá. Tinha cabra da volante caçando ele pelo Brasil inteiro. Quem via o Paulo que a gente conhecia não imaginava que seu passado era coberto de sangue e dor. Tristeza que ele não podia conter nos olhos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Uma noite, graças à cachaça e à nossa conversa, Paulo nos contou o que aconteceu. Ele era matador de aluguel, destes que os coronéis contratam quando querem tirar um desafeto do caminho. Tinha sangue ruim quando estava por lá, mas, quando veio prá cá, se acalmou.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Mas a gente sabia que ele tinha um trinta e oito guardado no quarto e que dormia com o facão enfiado em baixo do travesseiro. O Paulo era do tipo que não fechava um olho junto com o outro, não olhava nos olhos das pessoas, andava sempre dois passos atrás de você, para te proteger e observar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Uma noite, no restaurante, um bando queria nos assaltar. Prepararam tudo para fazer o roubo. Só não contavam com o próprio coração mole de um dos membros, que era meu amigo, e para quem, naquela noite, eu paguei uma cerveja, pois já sabia os planos. Depois que fechamos, ficamos tensos, não conseguindo dormir.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Paulo me viu na varanda de madrugada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">_ Se aquete, Joãozinho. Vá dormir. Não vai acontecer nada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Na penumbra da rua, vi, durante toda a noite aquele vulto escondido. Sabia que era o Paulo e que estava ali para evitar que qualquer mal acontecesse.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E funcionou.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Meu “amigo”, que queria nos assaltar foi “visitado” pelo Paulo, a gente descobriu depois. De noite, dormindo, ele só sentiu o golpe da face avessa do facão descendo em sua testa e o aviso. “Não faça nada, não mexa em nada e você sabe do que estou falando”. O vulto saiu do quarto e o cidadão nunca mais tentou fazer qualquer coisa contra nós.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Paulo, por amor a nós, permitiu que sua natureza anterior se manifestasse. Ele se arriscou a encarar seus demônios interiores para que nós ficássemos protegidos, e por isso lhe sou eternamente grato.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Nos dias seguintes, ele continuava a mesma pessoa de sempre. Os mesmos olhos fugidios, a cabeça baixa, os passos lentos e a voz calma, como se nada tivesse acontecido. Paulo não negava quem era. Ao contrário, encarava seu próprio mal para proteger aqueles que amava.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Já não o vemos há alguns anos. Não sei o que anda fazendo, mas sei que nunca mais sofremos qualquer ameaça enquanto moramos lá.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Diante de uma mudança drástica de vida nós escondemos nosso passado, fingindo que ele nunca aconteceu. Paulo me mostrou que, mesmo as piores coisas do meu passado devem ser usadas de alguma forma no presente para construir um futuro melhor.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Eu lembro que ele falava da sua história com amargura, se arrependendo do mal que havia feito lá atrás. Mesmo assim, sabia tirar proveito de seu “conhecimento”. Sem precisar voltar às “velhas obras”, soube pegar o melhor de sua experiência e aplicar em sua vida presente. Sua atitude foi de confiança de que seu histórico falaria por si só.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Porém, e quanod só conseguimos trazer de nosso passado aquilo que ele tem de ruim? Quando as nossas memórias nos lembram do mal que causamos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sou visitado pela culpa por velhos pecados às vezes. Certa vez acabei com a venda de uma colega de loja por que falei demais sobre um cliente, e falei em voz alta. Eu o conhecia de Itariri, e falei o que não devia. Ele pegou suas coisinhas e foi embora, sem gastar um tostão.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Até hoje eu sinto vontade de pedir desculpas para ele. Ao invés de pegar no meu passado as boas coisas e aplicar, eu preferi usar o meu pior e soltar minha língua.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Passado é algo que nos persegue onde quer que formos. Cabe a nós saber o que vamos usar dele no presente. Que lições podemos trazer para nossas vidas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A beleza da lição que aprendi com Paulo (que, óbvio, não se chama Paulo) é que, quando olhamos para trás e sabemos separar a amargura da prática de vida, conseguimos tirar grandes lições.</span></div><div style="text-align: justify;"></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-43865101761204600342009-08-14T18:32:00.004-03:002009-08-14T19:14:25.689-03:00Pão e Circo<a href="http://vista-se.com.br/site/"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 298px; FLOAT: left; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5369943648534922050" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SoXfTBLKA0I/AAAAAAAAAFI/Qh8tqSXZMWY/s320/tv.jpg" /></a><br /><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Tecle no título e veja a entrevista mais inteligente que o Datena já deu.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Tecle na foto e compre uma briga que vale a pena. Eu não sou adepto, mas apoio!</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Desde tempos imemoriais o homem se diverte com a desgraça alheia. Um padrão triste de comportamento que, geração após geração, se repete, deixando-nos envergonhados de tamanha carnificina em prol do entretenimento.<br />Sabedores deste fato, os governantes sempre lançaram mão de recursos cruéis para aumentarem sua popularidade. Gladiadores lutavam até a morte no império romano, homens eram crucificados por seus crimes, mulheres apedrejadas por seus erros.<br />Lançavam mão de tais recursos, também, para controlar o povo que, assistindo a tais eventos, vendo que os envolvidos se feriam, sentiam-se mais “aliviados” e consideravam seus problemas mais simples, visto que não era necessário sangue para resolve-los.<br />Até hoje é assim. Na TV, vemos desde o sofrimento mental de Susan Boyle e sua evidente doença até Datena falando sobre bandidos foragidos no centro de São Paulo. Uma leve zappeada pelos canais de nossa TV aberta é o bastante para ver os gladiadores do nosso cotidiano e seu banho de sangue contínuo e ininterrupto.<br />A TV nos oferece este “ópio desnecessário”. Um bálsamo mentiroso que nos vicia e nos prende diante dela, em uma relação de amor e ódio que apenas expõe a miséria humana e a necessidade de simplificar nossos relacionamentos.<br />De linguagem dinâmica e rápida, calcado no carisma (nem sempre cativante, mas sempre marcante) de seus apresentadores, programas como o Brasil Urgente ainda existem, e teimam em encher nossas TVs da miséria humana mais degradante.<br />Os pobres de espírito, tristes, desolados, solitários e abandonados de todos os lugares ainda assistem a estas desgraças, enchendo suas mentes de fatos tristes e opiniões extremas.<br />São favoráveis à pena de morte quando lhes convém. Querem prisão perpétua quando é interessante. Vêem como heroísmo os linchamentos e como vilões a maioria dos policiais que apenas está fazendo seu trabalho. Programas assim colaboram com os bandidos, que só querem publicidade e estão longe de receber a punição merecida.<br />Aqui na empresa onde trabalho uma moça sempre traz as “boas novas” que o Datena apresenta. Crianças mortas de fome, seqüestros relâmpagos, incêndios, assassinatos, policiais corruptos. Sempre a mesma história, com diferentes personagens e ambientes, mas sempre com o mesmo final: tragédia. Fico pensando em como ela lida com os próprios problemas. A televisão é o ópio do povo, e ela já está viciada.<br />Como disse, desde tempos imemoriais ver o problema alheio é motivo de entretenimento, pois nos isola de nossos próprios problemas, nos transformando em conformistas deterministas. Frases como “este mundo não tem jeito”, “disso para pior” são comuns na boca destas pessoas, que agradecem a Deus pelas próprias misérias serem tão pequenas perto daquelas que vêem na TV.<br />E na TV, os gladiadores de hoje ainda lutam. Sangue ainda escorre pelas telas e o som dos tiros pode ser ouvido a milhas de distância. Enquanto a miséria à sua volta não é tratada, o cidadão zappeia sua TV em busca de uma miséria alheia, à qual ele está alheio, mas da qual quer participar, pois não vai piorar sua vida e ele vai poder comentar algo com os outros “cidadãos padrão” que estão à sua volta. A “máquina de fazer doido” continua a atacar impiedosamente, e o cidadão, coitado, continua parado, na mesma, apenas recebendo os golpes e pedindo mais.</div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-46626920533230593012009-06-26T10:12:00.001-03:002009-06-26T10:14:29.048-03:00Meus "Ídolos" de carne<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">O talento do Chico me bestifica. Não que eu já não fique bestificado normalmente, dia após dia com uma série de coisas que nos acontecem ( a luz da geladeira continua sendo um mistério indissolúvel dentro de minha vazia cabeça), mas o que Chico Buarque é capaz de fazer com as palavras é imbativelmente (palavra que não existe. SIC, para quem se incomoda) a melhor coisa que pode haver.<br />Estava lendo o clássico do cancioneiro futebolístico “o Moleque e a Bola”, publicado em 98, durante a Copa da França, no “O Globo”. De algo tão trivial quanto a relação entre o moleque pobre e a bola de futebol (seja um coco, um ovo, uma laranja ou uma bola de capão) ele extrai tamanho lirismo que (não tenho outra palavra) me bestifica.<br />Eu tenho uma relação complicada com os artistas que admiro. Sinto como se os conhecesse por meio de sua arte e acabo buscando mais deles nas fontes disponíveis. Me peguei seguindo o Max Lucado no Twitter só por que os livros dele são maravilhosos. Até mandei mensagem em português (que ele entende) prá ver se consigo a atenção do rapaz.<br />A internet possibilitou esta interação mais próxima com nossos (odeio esta palavra mais que tudo) ídolos (não... não coloco o Danilo Gentili em um pedestal, apenas admiro a velocidade de raciocínio dele). Blogs, sites, vídeos no youtube, Orkut, comunidades virtuais e, agora, o Twitter. Recursos, formas de estarmos mais próximos daqueles que sentimos que podem nos passar algo, nos agregar conhecimento.<br />Eu procuro estar o mais próximo possível daqueles que me ensinarão algo. Quero que aqueles que querem aprender de mim também estejam ao meu lado, pois sei o valor que o aprendizado tem para a vida.<br />“Ídolos” (eca!) são pessoas que nos ensinam por meio de seu exemplo e vivência. Por meio daquilo que escrevem, pintam, desenham, cantam, fotografam. Hoje vou postar uma listinha de dez pessoas que influenciaram muito minha vida.<br /><br />Chico Buarque – Artista competente, pensador sagaz.<br /></span><a href="http://www.chicobuarque.com.br/"><span style="font-family:trebuchet ms;">http://www.chicobuarque.com.br/</span></a><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Max Lucado – Autor profundo em sua simplicidade. Sem palavras<br /></span><a href="http://maxlucado.com/"><span style="font-family:trebuchet ms;">http://maxlucado.com/</span></a><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Renée Maggritte – Sensibilidade para representar o real de forma irreal<br /></span><a href="http://www.magritte.com/"><span style="font-family:trebuchet ms;">http://www.magritte.com/</span></a><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Henri Cartier-Bresson – De seu olho saltam momentos mágicos para cada um de nós<br /></span><a href="http://www.henricartierbresson.org/index_en.htm"><span style="font-family:trebuchet ms;">http://www.henricartierbresson.org/index_en.htm</span></a><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Marisa Monte – voz de chuva que cai devagar no limiar da porta<br /></span><a href="http://www2.uol.com.br/marisamonte/site/abertura.htm"><span style="font-family:trebuchet ms;">http://www2.uol.com.br/marisamonte/site/abertura.htm</span></a><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Tom Jobim – Passarim passarando no canto dentro de mim<br /></span><a href="http://www2.uol.com.br/tomjobim/index_flash.htm"><span style="font-family:trebuchet ms;">http://www2.uol.com.br/tomjobim/index_flash.htm</span></a><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Vinícius – elementar para entender quem sou<br /></span><a href="http://www.viniciusdemoraes.com.br/"><span style="font-family:trebuchet ms;">http://www.viniciusdemoraes.com.br/</span></a><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Manuel Bandeira – delicadeza daquele que não era um bicho... meu Deus, era um homem!<br /></span><a href="http://www.astormentas.com/bandeira.htm"><span style="font-family:trebuchet ms;">http://www.astormentas.com/bandeira.htm</span></a><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Leon Eliachar – O “Cairioca” que fez cócegas em meu raciocínio<br /></span><a href="http://www.releituras.com/leoneliachar_bio.asp"><span style="font-family:trebuchet ms;">http://www.releituras.com/leoneliachar_bio.asp</span></a><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Brennan Manning – Pela graça conheço a graça!<br /></span><a href="http://www.mundocristao.com.br/autordet.asp?cod_autor=147"><span style="font-family:trebuchet ms;">http://www.mundocristao.com.br/autordet.asp?cod_autor=147</span></a><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Não coloquei aqui as pessoas que conheço, com quem convivo e que são os melhores exemplos para mim. Estou postando aqui pessoas que podem te influenciar de alguma forma, esteja você onde estiver. Estes “artistas”me ensinaram algo em algum momento, e desprezar a sua importância para minha vida seria, no mínimo, displicência.<br />Ainda estou bestificado com o texto do Chico. Já conheço muitas coisas dele, mas este texto é muito limpo. Procurem, pois vale a pena.</span></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-48480333200861720672009-06-22T18:28:00.005-03:002009-06-22T18:39:20.847-03:00Momento Mágico<a href="http://www.henricartierbresson.org/index_en.htm"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5350267921470625186" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 215px" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/Sj_4U-BslaI/AAAAAAAAAFA/o75u01ICaLI/s320/crian%C3%A7as+brincam+em+destro%C3%A7os.bmp" border="0" /></a><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">(clique no título para ouvir a música)</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">(clique na foto e conheça a fundação Cartier Bresson)</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">(Foto de Henri Cartier Bresson, aquele que resume o que é momento mágico)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Sou cinegrafista há alguns anos e venho filmando eventos sociais e, por isso, tenho visto muita gente em seus momentos mais felizes. Não faço pelo dinheiro, que é pouco, mas pelo prazer de ver o sorriso de um noivo, uma lágrima no rosto de uma mãe, as mãozinhas de uma criança estendendo seus dedos e dizendo, ali, quantos anos está fazendo. Esta mágica, presente nestes momentos, me faz ver o quanto vale a pena viver.<br />A vida não é feita de felicidade eterna, nem de eterno tormento, mas de um mix com estas duas pontas e um monte de outras coisas no meio. Alegrias, surpresas, amizades, sentimentos, mortes, perdas, derrotas e vitórias, misturadas e entregues em nossas mãos. Quando bebemos a vida, não sabemos o que virá, mas podemos prever que o sabor final pode ser bom.<br />Registrar as pessoas em seus melhores momentos é uma oportunidade única de olhar para a felicidade dos outros em busca da sua. Me deixa feliz ver um noivo apaixonado, esperando, ansioso no altar, pelo seu objeto de desejo. Suas mãos transpiram, seus olhos não param, seus pés balançam em uma dança alegre de quem não sabe dançar.<br />Da mesma forma, a mãe que carrega seu filho nos braços para trás da mesa decorada, cercada por amigos cantando os melhores desejos para a criança. Para todos nós, “é pique!” perdeu um pouco do valor, mas para crianças é algo especial.<br />Estive em um casamento no sábado passado. Casal apaixonado, convidados felizes. Parecia uma festa como outra qualquer. Aí colocaram para tocar uma música especial para o casal e para os amigos.<br />Algumas imagens deveriam passar em câmera lenta diante dos nossos olhos para que pudéssemos captar sua mensagem de forma mais clara, mas não. Quando a música tocou, era como se crianças avançassem para a pista de dança, correndo entre cadeiras, avançando entre os outros convidados, pulando, sorrindo, cantando junto. Todos em uma mesma sintonia.<br />Tive uma súbita impressão de infância lembrada, momento mágico, coisa única, como se algo perdido no passado fosse reencontrado. Algo como quando jogo um io-iô e vejo algum sentido em minha vida quando ele desce e sobe em velocidade vertiginosa (era a única coisa que eu sabia jogar quando criança). Como se, voltando ao tempo da infância, encontrássemos o ar necessário para conseguir respirar no meio do mundo dos adultos.<br />Enquanto Billy Paul cantava, aquelas crianças grandes pulavam ao som do seu ôôôô recordando outros tempos. Para outros convidados aquilo não fez diferença, mas para eles, era um momento único.<br />Cartier-Bresson resume em suas imagens o que é o “momento mágico”, aquele milésimo de segundo que ficará registrado eternamente no nitrato de prata sobre o papel (por isso a imagem, um dos melhores retratos da infância que eu já vi). A revelação que tive naquele momento é a mesma de quando jogo iô-iô: carpe diem! Aproveite a vida enquanto a tem! Deus nos colocou neste mundo para sermos felizes, completos, plenos, cheios de vida e significado. Momentos como este se revestem de significado especial, e, enquanto virem o DVD, aqueles noivos e aqueles amigos lembrarão de cada momento mágico daquela festa, e cada sensação que lhes vier à memória me deixará deveras feliz por conta do resultado alcançado.</span>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-53320109223363720422009-06-19T19:36:00.004-03:002009-06-19T19:46:48.028-03:00Contratos com Deus<a href="http://www.omelete.com.br/quad/100020387/Contrato_com_Deus.aspx"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5349173395468811058" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 242px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SjwU3K7jezI/AAAAAAAAAE4/IVNOiABpkMk/s320/contrato_com_deus.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div>A capa da controversa "revista"<br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Acho que já deu prá notar por alguns posts abaixo que sou fã de quadrinhos. É uma paixão que trago da infância.<br />Pois bem. Lendo tranquilamente o </span><a href="http://www.omelete.com.br/"><span style="font-family:trebuchet ms;">www.omelete.com.br</span></a><span style="font-family:trebuchet ms;"> me deparei com a notícia de que tem gente reclamando da inclusão de um livro do grande autor Will Eisner (que, junto de Alan Morre e de Frank Miller forma a santíssima trindade dos quadrinhos adultos) nas bibliotecas públicas escolares em São Paulo e Paraná.<br />Eu leio Eisner desde criança. Spirit me iniciou nos quadrinhos, Fajin me mostrou o universo dos quadrinhos adultos e outros trabalhos dele sempre se mostraram tocantes e profundos no que diz respeito a algo que os quadrinhos, até a chegada dele, não valorizava: a representação da realidade.<br />Acompanhei a polêmica sobre outro livro que também cortaram, a coletânea brasileira “Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol”, para cujo corte eu dou total apoio e respaldo. Esta coletânea tem como objetivo e propósito ser um livro de humor, e não trazer qualquer esclarecimento acerca do futebol. As palavras de baixo calão entram despropositadas, como em uma conversa de bar, o que não se encaixa no ensino acadêmico.<br />“Dez na área” não é um livro que se pode considerar “didático”, diferente de outras obras, como “Persépolis”, de Marjani Satrapi, que fala sobre a ascensão do regime Xiita no Irã no final do século XX, ou “Maus”, de Art Spiegelman, que recebeu um Pulitzer contando a história do pai do autor, judeu, preso em um campo de concentração. “Dez na área” não pode estar em prateleiras escolares, apesar de ser uma grande obra escrita por brasileiros, com humor, vezes refinado e vezes escatológico e raríssimo senso de propósito, mostrando como nosso amor pelo futebol se mistura com a vida.<br />O livro de Eisner, “Contrato com Deus”, não se encaixa neste viés. Quem conhece a verdadeira literatura de quadrinhos sabe que este é um título marcante para a história da arte seqüencial e sabe o quanto a narrativa contundente e precisa pode ser esclarecedora acerca de fatos, que acontecem em nosso país.<br />“Contrato” não finge que o mal não existe. Ao contrário, nos confronta com ele, mostrando o quanto nós mesmos somos sujeitos a executa-lo. Eisner não justifica, nem tenta proteger os profanadores da pureza. É com crueza e seriedade que mostra, sim, cenas fortes, que, infelizmente, muitas de nossas crianças estão cansadas de ver em suas casas.<br />O fato é que, contando uma história, Eisner fatia o coração dos leitores por expo-los a personagens que imaginamos ser bons, mas descobrimos repulsivos.<br />Fico triste que esta dualidade não interesse aos educadores brasileiros, que sempre valorizaram obras como “O Cortiço” de Aluísio de Azevedo, ou “Dona Flor e seus dois maridos”, de Jorge Amado, onde cenas de sexo são descritas de forma clara e aberta. Interessante que li “Lolita”, de Vladmir Nabokov pela primeira vez em uma biblioteca pública.<br />São as imagens que incomodam? Liguem suas TVs à noite. Vejam as novelas que tratam de “assuntos atuais” e digam-me que Eisner continua sendo impróprio.<br />Fico triste ao ver o moralismo exacerbado de certos irmãos querendo discutir o que não conhecem. Eu posso falar de quadrinhos. Eu os leio desde sempre e não deixei de Le-los por conta de Jesus.<br />Nossos líderes foram queimados por Judeus nos primeiros séculos. Fomos perseguidos pela inquisição anos depois. Tivemos nossos livros queimados em praças na Alemanha nazista, fomos rejeitados, rechaçados, afastados, chutados, humilhados, cuspidos e censurados por onde passamos. Hoje, sendo aceitos pela sociedade, a única voz que temos é a daqueles que censuram, humilham, rechaçam, refugam, chutam (literalmente) e cospem com o mesmo vigor com que sofreram tais perseguições.<br />É pena. Perdem por não querer crescer e aprender. Eu não tenho vergonha de ser crente, mas de, infelizmente, ser comparado a alguns destes “personagens” interessantes que temos no mundo gospel. Nossa irrelevância neste mundo chegou a níveis tais que somos mais motivo de chacota, por nossas “excentricidades” do que de crítica por nossos posicionamentos. A solidez dos argumentos de alguns de nossos “porta-vozes” pode ser comparada à espuma do mar, ou ao vento que sopra. Quase igual a zero.<br />Leiam Eisner antes de falar dele. Não critiquem o que não conhecem. Quadrinhos são arte, como literatura ou cinema, e a arte é a livre expressão da realidade que nos permeia, interpretada pelos olhos daqueles que a vêem.<br />Cristãos, cresçam e lutem por causas que valem a pena, pelo amor de Deus.</span></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-16101469385214430472009-06-10T13:37:00.002-03:002009-06-10T13:41:30.882-03:00Retrato em Branco e Preto<a href="http://2.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/Si_iHFf4-BI/AAAAAAAAAEw/mKJZFixmJpc/s1600-h/daltonismo_08.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5345739894074963986" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 293px; CURSOR: hand; HEIGHT: 292px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/Si_iHFf4-BI/AAAAAAAAAEw/mKJZFixmJpc/s320/daltonismo_08.gif" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-size:78%;"> Descubra se é daltônico: tecle no título e faça o teste.</span></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Domingo descobri que sou daltônico. Na verdade foi mais uma constatação de algo que eu já sabia do que uma descoberta.<br />Teoricamente, eu deveria ficar chocado com esta realidade, afinal, tudo em que trabalho vai cor, e não enxerga-las limita meu campo de ação. Sem as cores certas, as imagens de uma filmagens ficam irreais, um layout de jornal fica desigual, um logotipo perde a coerência.<br />Porém, sempre consegui compensar isso, pois sabia que meus olhos não eram confiáveis no que tange a ver as cores de forma correta. Minha limitação é pequena, está nos verdes, cinzas, azuis e lilazes, que não consigo discernir com facilidade, mas está nas cores fundamentais, o que complica bastante meu trabalho.<br />Aprendi a não confiar em meus olhos. Quando bato o branco em uma câmera, quando escolho um azul em uma paleta de cores, sei do risco que corro de estar vendo uma coisa e avaliando de outra forma. Nesta hora confio em meu cérebro e em algo que vai muito alem da capacidade de olhar: a capacidade de crer.<br />A capacidade de crer em mim mesmo é derivada da confiança que Deus tem em mim. Se Ele permitiu que eu trabalhasse com cores, sabendo que eu ia desenvolver este problema, é por que ele sabe que eu ia encontrar um caminho para compensar tal deficiência. Compenso nas outras cores.<br />Quando temos diante de nós parâmetros pessoais nos quais não podemos confiar, temos que buscar outros parâmetros em que podemos confiar para conseguir enxergar o problema e buscar uma solução. Em meu caso, o parâmetro que eu conheço é o vermelho.<br />Na vida é igual. Se, em algum lugar, eu tenho um parâmetro em que não posso confiar, quer seja comportamental, social, psicológico, espiritual, preciso mudar o foco e saber, por outros parâmetros, se o que estou fazendo é certo ou errado. Uma atitude que não enxergo como pecado, mas que o é, se eu olhar outra pessoa fazendo, por exemplo. O parâmetro usado para os outros é diferente dos que uso para mim mesmo.<br />E não adianta dizer que é mentira, por que não é. Usamos nossa “daltonia espiritual” para não vermos a cor do pecado que cometemos. Usamos “daltonia social”, para não vermos o quanto machucamos nossos pares. Usamos “daltonia psicológica” como desculpa para traumas que insistimos em carregar por autopiedade. As cores dos nossos erros são mais preto e branco para nós do que as cores dos erros dos outros.Onde você é daltônico? Ou até míope, quem sabe. Analise sua vida por outro ângulo. Encontre seu vermelho para saber quais são os parâmetros que podem mudar a sua vida.</div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-77083607843207191752009-06-06T10:47:00.003-03:002009-06-06T10:54:33.610-03:00Rei Morto, Rei Posto<a href="http://2.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/Sip07-aC1WI/AAAAAAAAAD4/CxEZg_yWPwE/s1600-h/Figura1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344212481541854562" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 197px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/Sip07-aC1WI/AAAAAAAAAD4/CxEZg_yWPwE/s320/Figura1.jpg" border="0" /></a> <span style="font-family:arial;"> <span style="font-size:78%;">Steve Rogers Morto em 2007</span></span><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Uma das coisas que eu gosto nos quadrinhos se chama maniqueísmo. O mundo simplificado de forma a o entendermos claramente. O bem é o bem e o mal é o mal. Entendemos isso se apenas olharmos os quadrinhos.<br />Como esta nunca foi uma arte com o objetivo de mimetizar o mundo real (homens voam, alienígenas existem, alô!), mas sim criar um novo universo de possibilidades e, possivelmente, explicar nossa existência por meio de mitos, os quadrinhos nos inspiram a ser melhor do que somos e a buscar a essência do verdadeiro heroísmo.<br />Vejamos algumas personagens que eu sempre gostei. Super-homem e Capitão América. São, possivelmente, os mais odiados nos dias de hoje, graças ao ódio anti-americano que tomou o mundo (azar o das outras nações que abaixaram suas calças para o Tio Sam no passado e agora não podem lidar com isso). São meus heróis favoritos, pois representam valores incorruptíveis, como lealdade, superação, dedicação, entrega.<br />Kal-el é enviado à terra com o objetivo de inspirar a humanidade a ser mais do que é. Ele representa tudo em que podemos nos tornar e muito mais. Kal-el está sempre um passo à frente da humanidade, não a deixando para trás, mas puxando-a consigo, avançando junto de nós.<br />Steve Rogers era filho de um alcoólatra que viva na cozinha do inferno em Nova Iorque e, por meio de um experimento do governo, ganhou superforça, agilidades, etc e tal (o pacote completo menos a capacidade de voar). Com um uniforme azul e um escudo de metal ele invadia os campos de batalha e participava das grandes lutas contra a Alemanha durante a segunda guerra mundial. Suas cores representavam os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade presentes no iluminismo, na revolução francesa e nas cores da bandeira americana. Sua imagem patriótica extrapolava os símbolos nacionais. Ele era um símbolo em si.<br />Por representarem muito mais do que eram, na realidade, e por terem sido usados como veículos para um sistema opressor, seu valor foi se perdendo ao longo do tempo, mas todos gostaríamos de ver heróis assim no mundo real.<br />Tenho princípios e não abro mão deles. Não tenho um escudo, nem vôo mais rápido que uma bala, mas acredito em Deus, pátria e família, e podem me chamar de conservador que eu não ligo, tenho certeza de minha fé e de minhas convicções.<br />Mas o fato com os super-heróis é que eles representam nosso ideal e nosso objetivo. Compramos gibis para lermos histórias que gostaríamos que acontecessem conosco. Quem não gostaria de ter superforça? Ou quem não ficaria feliz em ler o pensamento dos outros?<br />Porém, tenho visto o perfil de herói mudando aos poucos. Um pouco por causa do envelhecimento natural dos leitores de quadrinhos (uma nova geração não foi formada nos anos 90, então os leitores ainda são os mesmos dos anos 80) e um pouco por causa da desilusão com os valores que falei acima. Grande parte da população deixou de acreditar em Deus (ou em uma força externa que vem resolver nossos problemas, venha de kripton, ou venha do céu), as pessoas não valorizam tanto a família (um bem que um certo cabeça de teia valoriza bastante) e poucas pessoas acreditam nas nações e em sua soberania (olha os EUA aí de novo...)<br />Cada vez mais os heróis tradicionais estão dando lugar a anti-heróis cujos valores são ambíguos e egoístas. Valores como egoísmo, sexismo, rancor, vingança e violência são passados para os leitores de forma cada vez mais clara. Os quadrinhos perdem sua aura de reflexo de desejos e passa a assumir uma cara de reflexo da realidade.<br />Nesta busca por refletir a realidade, mataram um mito. De forma absurda (um atentado a bala), mataram o Capitão América. Steve Rogers jazia no chão, na frente do congresso americano graças a um tiro de uma pessoa inesperada.<br />A morte do mito, a queda do “Sentinela da Liberdade” é um símbolo enviado pela editora dizendo que os tempos são outros, que os mitos que acreditávamos que poderiam representar nossos melhores ideais morreram e que é hora de encararmos a realidade com os olhos humanos.<br />Não à toa, a editora do Super-Homem o enviou definitivamente para fora da Terra. vivendo em outro planeta desde que Lex Luthor o envenenou com uma carga imensa de raios solares, o alter ego de Clark Kent como que deixou o mundo na mão dos humanos, subindo aos céus no meio das nuvens (parece alguém para você?)<br />Pois é... o super sempre foi um mito que remeteu à bíblia sagrada. Jerry Siegel e Joe Shuster eram judeus e criaram o herói que foi enviado em uma “cestinha interplanetária” para libertar a humanidade de todos os males que a aprisionam.<br />Nossos heróis nos deixaram e sentimos sua falta. Não por que não estão mais nas paginas dos gibis, mas por que, em nossos corações, já não há mais espaço para eles, e, infelizmente, sabemos disso. O mundo não é o mesmo, onde o maniqueísmo é possível.<br />Mas, na mesma velocidade com que morrem, heróis renascem e ressurgem das próprias cinzas, assim como valores. Em momentos de crise precisamos de símbolos em que possamos nos apegar, âncoras que possam deixar-nos mais seguros. Obama é um destes símbolos, dizendo que a mudança é possível, lutando, como super-herói, para conseguir manter unido um planeta de pessoas que pensam tão diferente, mas que têm os mesmos ideais.<br />Lindo pensar que o Capitão América pode ressurgir. Diferente de nós, os heróis não tem as limitações que nos são comuns e isto nos faz olhar para eles com esperança de que um novo nascer, uma nova chance nos é dada também.</span></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-40862225643478537172009-03-05T18:40:00.001-03:002009-03-05T18:45:03.468-03:00Será que vocês podem me perdoar?<a href="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SbBHLFp1UmI/AAAAAAAAADw/E0EuiEtHa8s/s1600-h/perd%C3%A3o.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5309822216491586146" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SbBHLFp1UmI/AAAAAAAAADw/E0EuiEtHa8s/s320/perd%C3%A3o.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Desculpem por ser honesto, mas faz parte de mim não conseguir esconder o que sinto. Desculpem, também, por não ser claro. Os pensamentos não se desanuviam em minha mente com tanta facilidade quanto na sua. Não sou sempre compreensível. Me expresso muito melhor no papel do que na palavra.<br />Me desculpem por escrever tantas coisas que parecem heresias, mas que na realidade não passam de fruto de um relacionamento íntimo demais com meu Deus, de forma tal que tento me confundir com Ele o tempo todo (Eles um em mim, como sou um em ti)<br />Especialmente no que tange às diversas formas de amor, peço desculpas por ser mais tolerante com os que amam errado do que o normal. É compreensível que vocês me censurem por ter um coração grande demais, afinal, em uma visão limitada de mundo, só há espaço para os que são iguais e se vitimam em busca de atenção.<br />Perdão por gostar dos Beatles, e de Rita Lee também. Desculpem por ler Rousseau, Sartre, Descartes e perdão por amar a verdadeira interpretação das palavras de Nietsche. Deus morreu no coração dos homens, que preferiram erguer novos mitos para idolatrar. O “Super-homem”. Não consigo adorar homens, mas respeita-los. Não consigo apenas respeitar Deus, mas adora-lo em espírito e em verdade.<br />Mil perdões por eu não me adaptar à sua visão pequena de igreja. Não consigo me imaginar confinado em um cubículo para sentir a presença de um Deus que se manifesta onde quer. Respeito a instituição, mas não acredito que, em si, ela tenha muito valor. Com todo respeito, preciso discordar de sua aritmética ministerial, que privilegia meia dúzia de bajuladores em detrimento de pessoas que estão interessadas em beber de águas vivas que fluem do trono de Deus, e não de homens. Perdão se não concordo estupidamente com seus argumentos e sua falácia vazia. Não me agrada a voz doce, mas a Palavra da Verdade.<br />Acima de tudo, perdão por acreditar em um Deus que extrapola a sua e a minha compreensão. Perdão por que eu vejo o impossível nas pequenas coisas e gosto de ouvir, no silêncio e não na gritaria a voz de Deus e encontrar-me com ele na solidão e não na multidão.<br />Perdão, do fundo do meu coração, por confessar-me pecador. E mais perdão ainda por eu não ter vergonha de admitir minha séria e inexorável condição diante das pessoas, em um altar. Nu vim a este mundo e nu quero deixa-lo. Sem segredos, sem o que me esconda de Deus, sem o que me afaste da presença dEle.<br />Perdão por acreditar na evolução das espécies. Sei que não viemos do macaco, mas eu acredito em um Deus criativo que nos deu a capacidade de evoluir até alcançarmos a estatura de varão perfeito, que é o que Ele quer. Eu sei que é difícil, mas desculpe, também, por concordar com o Big Bang, a explosão que gerou todo o universo. No princípio a terra era sem forma e vazia e Deus fez tudo do nada, em uma explosão de amor.<br />Perdão por não acreditar em suas profetadas e suas palavras sem significado. Eu sei que Deus tem grandes bênçãos para mim. Bem sei que a Palavra de Deus é a melhor profecia que posso ouvir na vida e que é esperança para todo aquele que nEle crê. Argumentos, idéias vagas e pressupostos não são a palavra de Deus. Porém, uma arguta e direta interpelação, sim, por esta tenho respeito.<br />Perdão por não ver pecado em todos os pecados que você vê. Não sei se você entende, mas Deus está dentro de mim, e não nas roupas que visto, ou na comida que como, ou no dia que descanso. Deus transcende a realidade humana, não emana dela.<br />Peço, humildemente, perdão por pensar que o evangelho tem mais significado do que simbolismo e que a humanidade precisa mais de Deus do que Ele precisa dela, e mesmo assim, despretensiosamente, ele a ama como um louco. Desculpe por chamar Deus de louco, mas a sua loucura extrapola a nossa razão.<br />Peço perdão por não acreditar em obras como forma de salvação, mas valoriza-las como demonstração de gratidão ao nosso Deus, que fez a obra perfeita na cruz do calvário, salvando-nos e levando-nos ao reino da sua maravilhosa luz. Perdão por permitir que minha gratidão a Deus se exponha por meio destas obras. Eu sei que isso expõe o pouco que você ridiculamente finge fazer por Deus dentro de suas quatro paredes chamadas igreja institucional.<br />Peço perdão, por fim, por não ter certeza acerca de minha salvação, e por busca-la com temor e tremor dia após dia, lutando contra a carne, contra o mundo e contra demônios para me aproximar mais e mais do meu Criador. Perdão por querer parecer com Ele, e não com qualquer um de vocês.<br />Será que vocês podem me perdoar?<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-76797491281650023192009-03-04T12:26:00.002-03:002009-03-04T16:33:27.355-03:00Que graça teria a vida sem sorvete?<a href="http://1.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/Sa6d70lZ-zI/AAAAAAAAADo/opSdDxi6qY4/s1600-h/sorvete+de+mundo.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5309354661769771826" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 271px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/Sa6d70lZ-zI/AAAAAAAAADo/opSdDxi6qY4/s320/sorvete+de+mundo.bmp" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Em um dia de calor absurdo como hoje (39º aqui no centro de Santos), nada como um bom sorvete de pistache descendo ardido na garganta. Como poderia não dizer “que graça tem a vida sem sorvete?”<br />Sorvete é uma coisa que, em sua essência, faz um mal danado. Pura lactose, gordura e açúcar, o rei dos doces dos gordinhos, o pesadelo dos atletas (como podem ter criado algo tão bom!) ele armazena em si um exército de lipídios prontos para tomarem de assalto o corpo daquelas beldades que evitam a celulite como o diabo evita Jesus.<br />Mas não adianta, diante de uma casquinha saborosa só podemos dizer “venha, celulite! Pode vir! Eu não vou perder o prazer pela vida por que dizem que você faz mal!”<br />Temos a liberdade de escolher as celulites guardadas dentro de um sorvete de creme (ou limão, dependendo do gosto). Isto é um presente de Deus chamado “Livre Arbítrio”: a capacidade de escolher, ponderar sobre assuntos, a capacidade de pensar de forma independente e, acima de tudo, livre.<br />Liberdade de tomar um sorvete no calor de quase quarenta que faz lá fora, mesmo eu estando acima do peso. Liberdade de escolher a minha esposa, que Deus colocou no meu caminho e disse “vamos ver no que vai dar”, mesmo sabendo que nós seríamos felizes para sempre.<br />Não creio em predestinação, mas em preciência de Deus. Como se ele soubesse do que vamos fazer, mas esperasse que o surpreendêssemos o tempo todo. Afinal, não tem graça nenhuma pensar que você foi escolhido para ir ao céu ou ao inferno antes mesmo de saber escolher, e que suas atitudes e ações são reflexos de uma programação anteriormente inserida em sua mente, como na música da Pitty. (selecione o título do post)<br />Descobrir que somos um hardware carregando um software pré-programado me desestimulou durante muito tempo. Vi a escolha do meu sabor preferido de sorvete (pistache) como um reflexo, e não como uma escolha consciente e deliberada. E tenho visto pessoas vendendo a imagem de que nós não temos opções e que, como não sabemos qual a nossa programação, devemos agradecer por cumprir nosso papel.<br />Fios presos às nossas articulações, como em marionetes, nos mantém erguidos, de pé, andando para onde o sistema quer nos levar. Bonecos, massas de modelar permitindo que outras pessoas tomem decisões em nosso lugar. Fantoches seguindo conforme o status quo, querendo “aquela blusa”, “aquele tênis”, “aquele carro”. E por que permitimos isso?<br />Uma frase, um tempo atrás, me intrigou. “liberdade é conhecimento. Você não pode dizer que escolheu o sorvete de limão se você só conhecia este sabor”. Sem saber o sabor dos outros sorvetes, não há como dizer se gosto ou não. A consciência só vem com o conhecimento, e como diria Freud “Só o conhecimento traz o poder”.<br />Que poder é este de que estamos falando? Quebrar as correntes que nos prendem à predestinação, romper as cordas que nos mantém suspensos e passar a caminhar com nossas próprias pernas, escolhendo, chegando a conclusões, decidindo.<br />A predestinação é um conceito falho em sua essência, pois contraria o fato de que Deus quer que escolhamos, por nossa própria vontade, ama-lo. Se assim fosse, Ele saberia das nossas escolhas e das nossas tendências, e tomaria a decisão por si mesmo. isso seria o ato de um Deus cruel, que privilegia uns filhos de sua criação em detrimento de outros.<br />Ele sabe as nossas escolhas? Creio que sim. Agora, mais por conhecer as nossas tendências do que por predestinação, em minha opinião.<br />Sei que isto é um tópico bastante polêmico e que eu estou sugerindo um paradoxo, mas é como acreditar na evolução das espécies mesmo sendo cristão, ou no Big Bang. Basta que a interpretação seja feita da forma correta.<br />Eu imagino Deus se divertindo com a sua obra, compartilhando do seu crescimento e de suas adaptações. Vejo o Criador como um capacitador dos seus filhos, mostrando para eles o seu infinito amor por meio das escolhas que eles podem fazer. Imagino a grande explosão de amor bilhões de anos atrás, quando a “terra era sem forma e vazia”, mas no coração de seu Criador era um planeta cheio de vida.<br />Eu imagino tudo isso e isso não fere a minha fé. Ao contrário, a fortalece mais ainda. Deus nos ama tanto que nos deu a sua característica mais marcante, nos fez vivenciar, por meio da capacidade de escolher, um pouco do que Ele mesmo é: um Deus senciente e consciente, capaz de tomar o lugar de sua criação e fazer a escolha mais difícil: experimentar a morte para dar a vida.<br />Costumo dizer que carregamos em nosso interior uma fagulha do imenso poder de Deus. E esta fagulha é o bastante para vivenciarmos toda a sorte de experiências maravilhosas proporcionadas por nosso criador. Ter consciência de que somos o receptáculo desta bomba nuclear capaz de construir um universo de possibilidades nos faz melhores. Saber como usar este poder, então, isso sim é evolução.<br />Afinal, o que seria da vida sem escolhas? O que seria da vida sem sorvete? Talvez amanhã eu mude o sabor preferido e saber que esta escolha foi conseqüência de um ato deliberado e não de uma programação previamente inserida em meu mainframe me faz um pouco mais parecido com o que Deus espera que eu seja: um ser senciente e consciente, que conhece os sabores dos sorvetes da vida, mas escolhe um sabor como preferido, por que é o que mais agrada.</span></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-20748642590808093752009-03-02T17:41:00.002-03:002009-03-02T17:42:44.681-03:00Todo Carnaval tem seu fim<a href="http://3.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SaxEq66VSdI/AAAAAAAAADg/VoX2tn5Ay1Q/s1600-h/carnaval+ou+reveillon.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5308693564922087890" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 296px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SaxEq66VSdI/AAAAAAAAADg/VoX2tn5Ay1Q/s320/carnaval+ou+reveillon.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Antes de qualquer coisa, feliz 2009, Brasil! Este país, assim como os Judeus, os Muçulmanos, os Incas e os Chineses, tem épocas de início de ano diferentes. Aqui, é sempre no final de fevereiro, após as festas pagãs do carnaval.<br />Começamos o ano agora e ninguém mais lembra do que aconteceu no hiato que é o mês de janeiro. Na escala brasileira de tempo, o ano é composto de dez meses, com um intervalo de um mês e meio entre um ano e outro.<br />Este intervalo prejudica demais nosso país, comprometendo, desde a produção, até a formação de nossas mentes pensantes. Desde cedo, ainda na escola, a mentalidade do gosto pelo feriado é alimentada.<br />Diferente do resto do mundo, não gostamos de ter que ganhar dinheiro, nem de ter que aprender, nem de ter compromissos. Somos livres, leves e soltos, filhos da cruza entre Macunaíma e algum político alagoano, ou maranhense de vastos bigodes.<br />Pois é, brasileiros e brasileiras... 2009 está aí, começando agora. E aí? O que vamos fazer? Esperar 2010 chegar, de braços cruzados, olhando a crise passar na avenida do mundo, ou vamos tomar parte do desfile, mostrando a nossa cadência (ou decadência, não sei bem), tentando, ao ritmo alucinado dos passistas de carnaval, tirar alguma vantagem das dores do mundo?<br />Pandeiro em riste, o brasileiro é o eterno malandro, continuamente forçado a descansar pelas vicissitudes da vida. Só em 2009 são mais de 10 feriados em sextas-feiras e sábados. Mais desculpa para estendermos as redes da miséria sobre a possibilidade de crescimento.<br />A verdade é que o tempo passou na janela e nós, Carolinas, não vimos nada. Preferimos fofocar a crise alheia a ver aquela que estava bem dentro de nosso Brasil: a crise de caráter que há anos nos assola. Ou o país acaba com a saúva ou os políticos superfaturam o serviço de dedetização.<br />Deixa eu brincar de ser feliz? A felicidade do pobre parece a grande ilusão do carnaval, como diria o poetinha. Orfeus encantados com os grandes adereços e as imensas bundas artificiais em uma festa artificial, de pessoas vazias correndo as ruas a procura de satisfação que não existe, se iludem e se acabam no período em que reis gordos governam nosso triste país.<br />A tristeza deles não tem mesmo fim. Quando paramos e pensamos que os arlequins, as mulatas, os mestre-salas, as porta-estandartes, reis momos e rainhas de baterias só existem por três dias, mas imperam em nossos corações durante um ano inteiro, vemos o quanto permitimos que nossa felicidade se desvaneça em uma ilusão à toa.<br />Portanto, brinquem, sapateiem, pulem, bebam, beijem na boca, como diz a música. E depois, voltem para suas vidinhas medíocres e sem significado, com os narizes pintados de cor da pele, pois a verdadeira cor (o vermelho, dos palhaços que são) precisa ser camuflada pelo engano de si próprio.<br />Para os que, como eu, não gostam do intervalo de um mês e meio, vamos continuar de mangas arregaçadas, esticando nossas mãos à procura do trabalho sério que este país precisa que seja feito. Aos que esperaram a banda passar, continuem aí, cantando coisas de amor. Quando a festa acabar, quero ver quem vai limpar os confetes e as lágrimas do chão.</span> </div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-25505073897291238352009-02-27T11:12:00.002-03:002009-02-27T11:18:54.701-03:00Medo de Deus<div align="center"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/Saf2BM6j5EI/AAAAAAAAADY/CEJzxHBU01c/s1600-h/medo+de+Deus.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5307481186386568258" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 309px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/Saf2BM6j5EI/AAAAAAAAADY/CEJzxHBU01c/s320/medo+de+Deus.jpg" border="0" /></a> <span style="font-size:78%;">O Jesus do SBT, que dava medo para as crianças. Até hoje sinto calafrios.</span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;">para vê-lo em ação, clique no título do post.</span><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Meu relacionamento com Deus sempre foi muito oscilante. Não por que Ele me deixasse à míngua à espera e algo que não podia me oferecer. Ao contrário, sempre me supriu de forma sobrenatural, e é necessário, para me entender, entender que sou cristão, evangélico e que esta é uma das poucas coisas sobre as quais eu tenho certeza, assim como meu casamento.<br />Deus me tomou quando eu era criança ainda, mas eu não quis ceder. Nossos primeiros encontros foram marcados pelo medo. Em minha casa havia um crucifixo de bronze que ficava pendurado sobre a porta da cozinha sobre um fundo de madeira. Em minha criativa infância eu imaginava que Jesus sairia da cruz e viria me pegar. Sempre o imaginei saindo pela porta da cozinha, vestindo uma roupa branca, toda ensangüentada, com as mãos furadas e gritando “foi você que me feriu, e eu vim te pegar!”<br />Nas missas, quando o padre falava “Jesus está aqui”, eu o imaginava surgindo ao meu lado, com as mãos furadas e os olhos tristes das imagens de gesso que povoavam as capelas campineiras para me assustar. Ficava olhando em volta à caça de seus olhos marejados, dos cabelos castanhos longos e as barbas bifurcadas (influência de alguma época artística onde esta característica era valorizada).<br />Os filmes sobre a paixão, não os conseguia assistir. Não conseguia passar pela tortura de ver Jesus sofrendo as agruras que estava sofrendo ali, diante de meus olhos. As chagas das mãos sempre me deram medo. Talvez por que eram as mais destacadas e por que eu sempre imaginava minhas mãos sendo perfuradas por grandes pregos. Medo, em minha infância, foi um sentimento muito presente.<br />Quando disse que Deus me tomou quando eu era criança, foi bem criança mesmo. Um vizinho que morava em meu prédio, Sebastião, discípulo sediado na Primeira Igreja Batista de Campinas, levava a mim e às outras crianças do prédio ao Mcdonalds. Porém, antes de irmos à fatídica lanchonete, passávamos algum tempo no culto do ministério que ele freqüentava. Deus começava a desenhar ali o que viria a ser a minha salvação. Seu projeto não parou, apesar de eu procurar me desviar dele (tentativa inútil) Ele nunca desistiu.<br />Conforme envelheci, comecei a descobrir que a imagem que fazia de Deus era baseada em uma visão errada de quem Ele é realmente em minha vida. Pensava em um Deus punitivo, quando, na verdade, era um Deus cheio de amor que olhava para mim do céu. Enquanto eu pensava em julgamento, ele pensava em piedade. Se eu tinha em minha mente “punição”, ele oferecia consolo e abrigo.<br />Abri meus olhos para quem Deus é realmente. Não uma imagem de rosto agonizante presa em uma cruz, mas Aquele que venceu a morte e atravessou os séculos ensinando sobre seu amor e sobre a obra que quer fazer em nossas vidas.<br />Na escola, as imagens em feltro presas sobre um cenário bonito me ensinaram sobre o pecado de Adão, e sobre como todos nós somos sujeitos ao pecado. Havia em minha classe uma menina japonesa budista e quando tínhamos aulas de religião ela saída da sala. Alguns professores não gostavam disso, mas creio que o respeito ao credo alheio só fortalece a sua fé em seu próprio credo.<br />Billy Graham, quando interpelado por Woody Allen em uma entrevista para este em um programa de TV, respondeu a uma provocação do cineasta “Billy, vou te converter ao ateísmo”. “Você pode tentar, conversar com você só fortalecerá ainda mais minha fé”.<br />Nem todo mundo, quando desafiado por uma mente arguta, consegue manter seu argumento de pé. E não estou falando de estudo contínuo da Bíblia, de forma cansativa e exaustiva. Uma simples leitura diária, calma e descompromissada, nos mostra as respostas que procuramos muitas vezes em nossos momentos de existencialismo mais profundo.<br />Não minto. Não me converti por motivos nobres. Meus primeiros passos na igreja foram dados ao lado de minha esposa, que, na época, era minha namorada. Ela estava escolhendo a igreja enquanto eu ficava para trás. Para não perder a mulher que eu amava, resolvi perder o medo de meu rival e quis conhece-lo, saber quem ele era. A melhor coisa que poderia me acontecer foi escolher o embate, pois, da mesma forma que Billy Graham encarou Woody Allen, com o peito aberto, Jesus me encarou e me mostrou a infelicidade de minha falta de fé e a incerteza com que meus pés vacilantes andavam.<br />Jesus abriu os braços para mim e já não havia medo, mas uma curiosidade intensa, uma vontade profunda de conhece-lo, saber quem era, descobrir sua vontade para mim. Descobri que, além das chagas, havia um homem que amou toda a humanidade e que me amou e que fez aquilo por mim não por que eu o puni, mas por que Ele me amou antes de eu vir a existir.<br />Entender isso foi fundamental para entender quem eu era. A relação que eu tinha com Deus e com Jesus mudou totalmente. Ele está além da cruz. Ele está além do sofrimento. Ele passou por isso para que eu não passasse, mas, ao contrário do que todas as imagens que vi me falavam, passou por que escolheu isso.</span></div></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-78579235239869237282009-02-25T11:29:00.002-03:002010-12-20T00:18:09.764-02:00Amor, Amor...<a href="http://3.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SaVWRZCKgDI/AAAAAAAAADQ/Rgfa6O4YNjM/s1600-h/amor+verdadeiro.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5306742592703725618" src="http://3.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SaVWRZCKgDI/AAAAAAAAADQ/Rgfa6O4YNjM/s320/amor+verdadeiro.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 412px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 376px;" /></a><br />
<div align="justify"><span style="font-family: trebuchet ms;">Quando amamos, muitas coisas fazem mais sentido para nós. Porém, nem tudo. O amor não é uma ciência exata, com equações perfeitas e números redondos. É mais como uma daquelas raízes quadradas com “N” casas atrás da vírgula. Casas que podem mudar tudo, e com valor tão pequeno.<br />
Como amamos? Como escolhemos quem amamos? Para estas perguntas, sempre existe um cientista que vem com uma resposta cheia de tópicos explicando seus feromônios, seu DNA e uma série de reações químicas, além de uma lógica simplista que resume tudo à nossa necessidade de evoluir (escolhemos a mulher certa por conta da largura dos quadris, do tamanho dos seios, da cor dos olhos, etc). Ou um poeta, que vem e fala sobre uma série de sentimentos maravilhosos que tomam nossos corações diante de uma paixão voraz. Para mim, ambas respostas são incompletas.<br />
O amor é uma união entre a razão e o subconsciente com o objetivo único de fazer com que você seja feliz. É um dos recursos que nossa própria mente mimetiza do seu Criador e faz com que nosso corpo obedeça a este estímulo. Não um estímulo químico, mas racional e subconsciente ao mesmo tempo, formando um interessante paradoxo.<br />
Desde crianças aprendemos a gostar de um tipo de menina ou menino. Aprendemos a identificar o que é belo para nós (e isso, por ser um conceito subjetivo é derivado da criação de cada um de nós), o que é agradável. A voz, o cheiro, o sabor, as cores, etc. Aprendemos sobre coisas que gostamos de fazer e coisas que não gostamos, e tudo isso vai se tornando background para escolhermos a pessoa de nossas vidas.<br />
Com toda esta bagagem, nós descobrimos que somos como a metade de algo que precisa ser completado. Uma antiga lenda grega diz que os seres humanos eram formados por duas metades iguais, cada uma com dois olhos, uma boca, duas pernas, dois braços e (gosto de pensar assim) a metade de um coração. Os deuses gregos teriam cortado este ser no meio, pois era muito poderoso. Por conta desta separação, passamos a vida a procurar nossa outra metade. Esta história se cumpre nos versos de Wave “É impossível ser feliz sozinho”.<br />
Não acredito na história (o que é obvio), mas acho a analogia interessante. Duas metades procurando uma à outra. Com tanta gente no mundo é possível encontrar esta outra metade e ser feliz para sempre. Ou não.<br />
Conheço muita gente que encontrou uma metade parecida e se finge satisfeita com isso. Não há como ser feliz assim, já que não nos completamos. O excesso de pessoas na Terra faz com que nós pensemos que uma metade parecida com a nossa possa se encaixar. Tenho ouvido muito a seguinte frase: “Se não der certo o casamento, a gente se separa”. Ou seja, as pessoas se adaptam à metade parecida até por preguiça de buscar a metade perfeita. Vemos tanta gente se desencontrando por aí que não sabemos mais se há segurança na solidão que precede o encontro verdadeiro.<br />
Aos sábados à noite eu trabalho com filmagem de eventos sociais. Mais especialmente casamentos. Vejo, todos os finais de semana, pelo menos um casal se unindo “até que a morte os separe”. Já vi muitos padres, pastores, elderes, juízes e outros sacerdotes ou pessoas a quem o poder foi concedido falando sobre o amor e sobre a paixão. Porém, nada me fala mais alto sobre o amor do que o brilho nos olhos de um noivo esperando sua noiva no altar.<br />
Há algo diferente quando eles levam a sério a sua união, e podemos ver isso refletido em seus olhos. Os noivos, em geral, são as molduras para as noivas, que são os quadros. Mas que belas molduras são quando estão cheios de lágrimas nos olhos ao ouvir os primeiros acordes da marcha nupcial, vendo as portas da igreja se abrir e a sua esperada surgir em todo seu esplendor. Poderia fazer diversas analogias sobre o amor de Cristo, mas não é esta a proposta, estamos falando do amor entre homem e mulher, que Deus criou para estarem juntos.<br />
Diante dos olhos marejados, nós vemos que o amor pode fazer maravilhas. Já vi grandes homens fortes, donos de si, chorando como crianças diante de sua noiva, e eu acredito que a história do “amar-te e respeitar-te todos os dias de nossas vidas, até que a morte nos separe” é real. Eu acredito no amor até o fim, e não nestas teorias absurdas de que o ser humano pode se apaixonar por mais de uma pessoa por vez. Mentira. Amor inclui devoção, renúncia e exclusividade.<br />
Encontrei minha metade perfeita cerca de nove anos atrás. Em um grupo de teatro, cabelos negros, sobrancelhas grossas, olhos marcantes, sorriso perfeito, ela me via como um amigo, mas eu a vi como mulher. Estamos casados até hoje e nosso amor cresce a cada dia. Há momentos tristes e momentos felizes, sim. Porém, “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na prosperidade e na adversidade, todos os dias de nossas vidas, amando-nos, respeitando-nos até que a morte nos uma a Cristo” é real, e não me arrependo nem por um segundo ter feito este voto junto dela. Fernanda me completa, é a metade perdida por quase vinte anos. Hoje, a metade achada.<br />
<br />
Nunca desista de buscar o amor verdadeiro. Não se entregue a qualquer amorzinho de esquina. Quando a sua metade chegar, creia, você saberá que é ele não na sua carne, pois amor não é um “negócio de pele”, mas em seu coração, que é o lugar onde você guardará este amor para sempre.</span></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-90466449479840889772009-02-23T10:53:00.001-03:002009-02-23T10:57:16.656-03:00Amizade<a href="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SaKqkKHTkXI/AAAAAAAAADI/BXUrgGdvKhc/s1600-h/amizade.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5305990849162875250" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 302px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SaKqkKHTkXI/AAAAAAAAADI/BXUrgGdvKhc/s320/amizade.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Não sou de muitos amigos. Taciturno, dotado de um humor negro quase ininteligível não consigo agregar pessoas à minha volta. Sinto falta disto.<br />Sinto falta de ter pessoas me ligando e me falando da festa de tal pessoa, que seria legal eu estar lá, que seria interessante que eu fosse, etc. Nunca sou convidado para festas, confraternizações. Sou um isolado.<br />Minha esposa não fica atrás. Durante muito tempo ela teve a fama de anti-social. Na verdade ela, como eu, é mal compreendida.<br />Somos honestos demais para viver no meio da hipocrisia humana. Minha loquacidade faz com que eu não consiga ver as pessoas como elas gostariam que eu as visse, mas como elas são, e isso me desaponta.<br />Eu já deveria estar acostumado a isso, mas não dá. Manipuladores, vazios, os seres humanos são uma raça que não reflete a grandeza de seu Criador. Infelizmente perdemos a capacidade altruísta dada por nosso Pai. Ao longo do tempo nos tornamos egoístas e mesquinhos, sempre buscando vantagens nos outros.<br />Tenho uma pessoa por quem tenho grande apreço e respeito, alguém a quem eu peço conselhos quando tenho dúvidas. Nosso relacionamento, porém, é muito triste, visto que só quem se dá sou eu. Enquanto sou útil, estou ali ao seu lado. Quando não precisa mais de mim, não me procura, nem quer saber como estou.<br />Isso me entristece muito, pois gosto muito desta pessoa, mas me sinto constantemente manipulado pelo fato de que ela exerce uma certa “autoridade” sobre mim.<br />Não sou uma massinha, que pode ser modelada de acordo com a vontade das pessoas à minha volta. Tenho vontade própria, sou dotado de livre arbítrio, tenho capacidade intelectual avantajada, Q.I. estimado em 130, e isso tudo faz com que eu tenha a capacidade de ver as cordinhas que tentam amarrar em nossos membros quando querem nos fazer de marionetes.<br />Não posso aceitar ser manipulado. Vai contra meus princípios, contra aquilo em que eu acredito. Fui criado em um lar humanista, com pais que me ensinaram sobre liberdade e sobre como ela e a responsabilidade andam juntas, o que explica as pessoas aceitarem de bom grado as cordinhas nos membros: ninguém quer se responsabilizar por nada, logo, abrem mão da liberdade.<br />Nesta de não se responsabilizar, dizer coisas do tipo “eu sou assim mesmo”, “eu falo na cara”, tomam conotação de “personalidade forte” para quem fala, mas de bravata vazia para quem ouve. Qualquer um pode falar o que lhe vem à mente no momento de ira, apenas um apaziguador sabe guardar seus pensamentos para si e analisar o que acontece à sua volta com a frieza e a distância necessárias.<br />Sofro de um mal, quase uma doença para as pessoas que não entendem: eu me coloco no lugar das outras pessoas. Quando estão me agredindo, paro para pensar no que aquela pessoa está passando, sofrendo. O que está doendo para ela gritar de dor assim?<br />Este “dom”, para muitos seria muito ruim, pois teriam de abrir mão de pensamentos e sentimentos que os dominam. Não é qualquer um que consegue descarregar a bagagem das costas tão facilmente.<br />Como disse logo no início desta viagem, carrego comigo apenas o que preciso para a jornada que estou enfrentando. Os poucos amigos que tenho estão aqui comigo, em fotografias mentais, lembranças dos momentos (bons ou maus). Eu preciso deles para seguir. Não ao meu lado, mas dentro de mim.</span></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-59249971152463856312009-02-18T12:49:00.002-03:002009-02-18T12:58:52.697-03:00<a href="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SZwvzbeAIdI/AAAAAAAAADA/XxekZTX-Csc/s1600-h/m%C3%A1scaras.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5304167021729030610" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 245px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SZwvzbeAIdI/AAAAAAAAADA/XxekZTX-Csc/s320/m%C3%A1scaras.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">O que fazer quando nossas ações contrariam nossos discursos? Quando não somos fiéis como dizemos ser, ou verdadeiros como dizemos ser? Porém, o que é pior: o que fazer quando descobrem isso?<br />Ser exposto à sua verdade é horrível. Ninguém gosta de ver o quanto é uma fraude. Porém, todos nós somos fraudes ambulantes, dizendo fazer o que não fazemos, acreditar no que não acreditamos. Escondemos nosso verdadeiro “eu” para que as pessoas à nossa volta possam achar que somos melhores. Queremos ser aceitos.<br />Ou, pior, escondemo-nos com o intuito claro de obter alguma vantagem.<br />Eu valorizo a honestidade e a confiança. Valorizo a transparência nas relações com as pessoas, mas eu sou transparente? Sou totalmente honesto e digno de confiança? Quando me avalio, chego à conclusão que não sou.<br />Não tenho problemas de autocrítica. Ao contrário, tenho uma ponta de soberba que me impede de ver meus erros à primeira vista. Preciso ser exposto a eles para poder ser transformado.<br />E não sou sempre eu que me exponho. Aliás, nenhum de nós expõe o próprio erro para si mesmo. Todos nós fingimos que somos alguém que não somos e, no palco da nossa vida, o espectador que mais queremos agradar é a gente mesmo. Nós queremos acreditar no conto de fadas que nós mesmos contamos.<br />Preguiçoso, orgulhoso, mentiroso, presunçoso, prepotente, egoísta, desonesto, invejoso, vazio. É contra esta personalidade que preciso lutar todos os dias quando acordo. Este é o monstro que eu combato todos os dias, e não os outros. Infelizmente, em grande parte das vezes, eu perco a luta.<br />Diferente do que dizia Sartre, o inferno não são os outros, mas nós mesmos, que colocamos máscaras para vivermos em sociedade e somos sufocados, pois as máscaras que usamos não têm escape de ar e, muitas vezes, nem um pingo de realidade nos resta. Nem um sequer.<br />Jesus trata esta personalidade como “velho homem”. É a pessoa que nós somos antes de permitir que Ele tire a nossa máscara. São formas de ver o mundo e viver que não agradam ao Senhor. São características que não fazem parte da mente de Cristo.<br />Quando eu minto, estou indo contra minha nova natureza, por isso a minha consciência me cobra tão caro. Eu não deveria ser assim, mas “manso e humilde”, como Jesus.<br />Porém, não sou nem tão manso e nem tão humilde quanto deveria ser, nem tão inteligente quanto meus amigos pensam que sou, nem tão interessante quanto minha esposa me faz acreditar. Sinto-me, na verdade, como um ótimo ator, interpretando vários papéis ao mesmo tempo, esperando pelo momento derradeiro em que a cortina se fechará e eu poderei tirar a máscara e respirar o ar puro da transparência, e não o ar viciado da hipocrisia.<br />Porém, não acho que seja fácil assim. Confeccionei as máscaras durante toda a vida e agora fica difícil simplesmente lançá-las fora. Eu, personagem de mim mesmo, não sou, sequer, quem penso que sou. Sou uma incógnita até para mim mesmo. Uma pergunta que não sei responder.<br />Não sou amigo de fofocas, mas deixo meus ouvidos extremamente alertas para qualquer assunto sendo falado à minha volta. Não gosto de mentiras, mas sou o primeiro a mentir sobre diversas coisas que não sei e que, para não sujar a imagem de inteligente que as pessoas têm sobre mim, digo que sei, dando uma explicação cheia de suposições e conceitos. Não aceito que ajam com violência comigo, mas sou o primeiro a gritar quando acuado. E nunca consigo ver o quanto isso machuca aqueles que estão à minha volta.<br />Quero e vou mudar. Estou buscando me livrar destas máscaras, mas é como se estivessem costuradas ao rosto, prendendo-me a esta mentira sufocante que sou eu mesmo. Nem lembro mais do meu rosto aqui em baixo, não sei quem sou, ou quais sentimentos realmente me motivam, mas quero ser transparente. Até para mim ainda sou um mistério.<br />Agir diferente do que ajo? Não sei. Não seria isso outra máscara que me forço a colocar para parecer mais autêntico? Por isso esta viagem dentro de mim mesmo, para saber quem sou de verdade por baixo da máscara sob a qual escolhi viver tanto tempo.<br />Claro que há pontos onde há honestidade em mim, e não vou fechar o post sem, pelo menos, falar de alguns deles.<br />Perdôo com facilidade, amo intensamente as pessoas que me cercam, deixando de lado seus defeitos. Por mais estranho que pareça, tenho uma esperança infantil (quase ridícula, eu diria) na humanidade. Ponho fé na capacidade das pessoas de vencer desafios maiores do que parecem. Isto é real em mim.<br />Meu amor por Deus é real, meu amor por minha esposa é real, o respeito que nutro por pessoas mais velhas é real, a esperança nos mais jovens é real. Sou de uma geração errática, que nasceu entre duas revoluções. Uma social e a outra convencional (de convenções, e não comum). Somos a geração perdida dos anos 80, aqueles que cresceram entre as “Diretas Já” e os “Caras Pintadas”. A maioria de nós não faz questão de fazer a diferença neste mundo.<br />Mas não quero que seja assim comigo. Não. Preciso tirar as máscaras para que saibam que sei quem sou, e, mesmo que me aterrorize comigo mesmo, eu possa entender por que sou assim.</span></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-53017466774923161302009-02-14T08:15:00.002-02:002009-02-14T08:18:02.722-02:00Epitáfio<a href="http://1.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SZaaLAXYqCI/AAAAAAAAAC4/yT8n2qvzcs0/s1600-h/epit%C3%A1fio.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302595125142661154" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 377px; CURSOR: hand; HEIGHT: 257px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SZaaLAXYqCI/AAAAAAAAAC4/yT8n2qvzcs0/s320/epit%C3%A1fio.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Aqui jaz um homem que gostaria de ter vivido mais. Seus restos mortais já foram retirados e doados para alguém que os usará melhor, mais intensamente e com mais amor que ele. Suas memórias não ocupam sequer uma pasta suspensa no grande arquivo da humanidade e seus sonhos eram tão ínfimos que são apenas notas de rodapé nos sonhos de alguém. Morreu sem saber quem era.<br />Não quero este epitáfio em minha lápide quando morrer (exceto pela parte onde fala sobre doações de órgãos). Não quero viver pela metade, nem sonhar pela metade, nem amar pela metade.<br />Metade de nossa vida passamos nos relacionando. A outra metade, ficamos divagando sozinhos, assistindo TV, ou fazendo alguma outra coisa sem muita utilidade para a humanidade. Alguns garotos ainda passam grande parte do tempo de suas vidas relacionando-se consigo mesmos, o que é uma grande perda de tempo, mas não vou entrar neste assunto, que é delicado demais para tratar aqui.<br />Neste momento, estou vivendo a metade importante da minha vida. Estou me relacionando com as pessoas que lêem meu blog. Escrevendo, estou compartilhando com alguém as minhas impressões de vida, minhas idéias, meus ideais, meus sonhos. Os princípios básicos que regem o ser humano estão baseados em relacionamentos, na forma como agimos e reagimos ao outro, nosso igual.<br />Em meu epitáfio, gostaria de ler algo assim:<br />Aqui jaz um homem que viveu demais. Seus restos mortais foram doados para pessoas que ele espera que usem com tanta intensidade com quanto os usou antes. Suas memórias serão lembradas por toda a humanidade e seus feitos se tornarão lendas. Ele sorriu com os que sorriam, chorou com os que choraram, lutou ao lado dos que lutaram, e apoiou os que tinham medo de lutar. Seus sonhos transformaram os sonhos daqueles que o cercaram e ele fez diferença na vida daqueles que acreditaram nele. Ele sabia quem era. Deixará saudades para todos os que o encontraram.<br />Arrogância? Não. Quem não quer um epitáfio destes? Ter seus sonhos lembrados, ter seus atos cantados em canções? Vivo em um mundo meio capa-e-espada, como um cavaleiro da távola redonda, buscando salvar a donzela indefesa que é a humanidade. Às vezes me imagino em um cavalo branco, lutando contra dragões, bruxas e outros seres ainda mais vis. Na minha concepção de mundo tudo é muito simbólico.<br />Mas esta é uma das minhas buscas: fazer diferença de forma que, depois de eu morrer, minha foto figure em livros de história como sendo algum tipo de pessoa que fez a diferença. Posso dizer, honestamente, que parece que isto é procurar a glória própria, mas não. Não é isso que quero.<br />Quero ter relevância. Na estrada da humanidade, onde todos somos pedrinhas de asfalto, há pessoas que são grandes lombadas, onde os carros da memória precisam passar com mais vagar e dizer “olhem, esta lombada existe”, enquanto a maioria de nós não é mais que um paralelepípedo perdido, querendo ser aquele aclive onde todos precisam ter cuidado.<br />O desejo honesto de todos nós é ter relevância. Fazer a diferença, sem arrogância. Sou jornalista, sofro da síndrome de Clark Kent: quero mudar o mundo.<br />Talvez não cantem minhas glórias, talvez não lembrem minhas histórias, talvez meus órgãos não possam ser doados, nem meus sonhos influenciem os sonhos dos que me cercam. Mas sei que sentirão saudades de mim, e isto é fundamental para mim, como o ar que respiro. Meu epitáfio poderia se resumir à última frase: deixará saudades para todos que o conheceram.</span></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-4593274882805837892009-02-12T09:10:00.002-02:002009-02-12T09:21:23.039-02:00O Que estou fazendo aqui?<a href="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SZQGA60G26I/AAAAAAAAACw/qoYcHBu9snI/s1600-h/galaxia.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5301869274179492770" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 339px; CURSOR: hand; HEIGHT: 263px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SZQGA60G26I/AAAAAAAAACw/qoYcHBu9snI/s320/galaxia.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Quando comecei a escrever este blog, havia um propósito a ser alcançado: queria me encontrar. Entender qual o meu papel no mundo em que vivo. Quero entender quem sou.<br />Havia, também, outros objetivos diferentes envolvidos. Queria me disciplinar a escrever diariamente uma página e meia sobre um assunto que achasse interessante, para me preparar para escrever um livro. Desenvolver a capacidade de escrever sem ser repetitivo (coisa que sou demais), saber se era possível tocar as pessoas à minha volta.<br />Agora, quase um mês depois, aqui estou eu, na mais profunda crise de criatividade. Diante dos meus olhos, apenas o branco.<br />Poderia escrever sobre a falta de assunto, mas aí já é assunto o bastante, então deixa de faltar. Tentei escrever um texto sobre Deus e a morte, para falar de minha relação com o medo, mas não consigo sair do terceiro parágrafo. Em minha mente abriu-se um grande hiato que não consigo fechar.<br />Vejo que meus objetivos secundários não estão sendo alcançados. Não consigo escrever diariamente; continuo repetitivo e as pessoas não são tocadas pelo que escrevo. Sinto-me profundamente frustrado. Ao que nos leva à pergunta do título:<br />O que estou fazendo aqui?<br />Já que, para alcançar meu objetivo primário eu não preciso do blog, ele é apenas uma ferramenta para extravasar a frustração e organizar idéias (que não estou organizando, já que não as estou escrevendo), por que mante-lo? Por que continuar escrevendo?<br />Para terem uma idéia, não consigo nem criar este texto, cujo conceito já esqueci. Minha mente está perdida no meio do trabalho, estou preocupado demais para prosseguir. Desculpem, mas, me respondam: o que estou fazendo aqui?<br />Aliás, o que todos nós estamos fazendo aqui, neste planeta, girando em torno do sol, flutuando no meio do nada, perdidos? Somos habitantes de um pedaço de poeira espacial, perdido em uma galáxia minúscula, no meio de bilhões de galáxias perdidas por todo o universo. E a minha fé me faz acreditar que somos especiais, que fomos escolhidos por um Deus maravilhoso, que preferiu amar um monte de descontentes a ficar sozinho girando ao redor do universo.<br />Um bando de descontentes, é isto que somos. Nunca satisfeitos com a vida maravilhosa que temos. Se temos muito, queremos mais, se temos pouco, só conseguimos olhar para as limitações e não conseguimos ter prazer nas pequenas coisas.<br />Estamos anos luz à frente de qualquer outra criação que habita este planeta. Temos de ser gratos por que nosso cérebro superdesenvolvido e nossos polegares opostos e nossa postura ereta que nos fazem ser os melhores sobre a Terra. Graças às ferramentas que Deus nos deu, nós podemos conceituar, catalogar, reagir cognitivamente, raciocinar e racionalizar. Somos tão abençoados que Deus permitiu que uma parte importantíssima dele estivesse dentro de nós: podemos criar, como Ele cria.<br />Somos ingratos por sermos quem somos, sendo que esta é nossa maior benção. Podemos amar, graças ao amor que Ele sente por nós. Tudo o que sentimos de bom é um reflexo dele e tudo o que sentimos de mau é um reflexo de sua ausência.<br />Minha defesa de Deus não é muito forte, e nem quero discutir sobre isso. Minha fé é grande o bastante para me manter andando, com a certeza de que Ele abrirá meus olhos diante do que procuro e me revelará o que estou querendo. Eu sei que Ele falará, quando eu estiver diante do propósito que tanto procuro, “É isto que você está à busca há tanto tempo”. Então eu comemorarei, e cantarei, e farei com prazer aquilo para o que fui chamado e terei a resposta para a minha pergunta: o que estou fazendo aqui?</span></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-27690772390312660182009-02-06T10:59:00.003-02:002009-02-06T11:09:54.368-02:00<a href="http://3.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SYw2eREL7dI/AAAAAAAAACo/o_ryB6jv_xo/s1600-h/experimentar.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5299670755113168338" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 222px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SYw2eREL7dI/AAAAAAAAACo/o_ryB6jv_xo/s320/experimentar.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Descobri um novo sabor em minha vida. Não sei como fiquei vinte e sete anos sem experimentar isto, sem saber o gosto, o cheiro, simplesmente por que tinha preconceito quanto a esta nova descoberta.<br />Ante-ontem eu comi, pela primeira vez em minha vida, uma manga.<br />E, não satisfeito, chupei o caroço.<br />Volto a perguntar: como pude ficar tanto tempo sem experimentar manga? Como sobrevivi até hoje sem saber do sabor doce, do cheiro suave e da textura saborosa desta fruta? Como pude não querer experimentar manga antes?<br />Penso quantas outras mangas existem na minha vida. Quantas coisas que eu perdi a oportunidade de experimentar por medo de não gostar. E não são só as frutas, mas pessoas, situações, viagens.<br />Minha esposa quer fazer um cruzeiro quando tivermos dinheiro. Eu nunca entrei em um barco por mais de vinte minutos em minha vida, e o mais longe da costa que eu já cheguei foi no meio do canal de Ilhabela. Além disso, coloco um monte de defeitos no desejo dela de viajar: tudo é caro, é chato, é o mesmo que ir a um shopping, só que no mar, etc.<br />Depois de comer a manga eu me perguntei se não estou fazendo o mesmo com o cruzeiro? Se não estou perdendo a oportunidade de experimentar uma sensação maravilhosa que o cruzeiro pode me proporcionar.<br />Os motivos para colocarmos barreiras para novas experiências são vários, desde medo até preconceitos, traumas, etc. Vence-los é uma questão de atitude e escolha.<br />Outro motivo para dizermos não para oportunidades em nossas vidas é uma frase que reverbera na mente de muitos de nós: “eu não estou preparado para isso”.<br />Sempre ouvi esta frase e durante muito tempo acreditei nela. Sempre me julguei incapaz de cumprir certas tarefas. A insegurança vivia comigo e eu deixei de obter grandes conquistas na vida graças a ela.<br />Porém, preconceitos são vencidos por meio de atitudes e eu tomei as minhas. Hoje tenho meu site (</span><a href="http://www.jornallivrearbitrio.com/"><span style="font-family:trebuchet ms;">www.jornallivrearbitrio.com</span></a><span style="font-family:trebuchet ms;">), tenho minha esposa (a maior conquista de minha vida) e tenho uma vida tranqüila. Não faço o que amo, mas amo o que faço em meu trabalho. E tudo isso tendo sido uma pessoa extremamente insegura.<br />Mas o que nos faz inseguros? O que nos faz achar que não estamos preparados para chupar as mangas que Deus nos oferece? Quais são os impedimentos em nossa mente que nos bloqueiam?<br />Por que acreditamos no que as pessoas erradas dizem. Se ouvíssemos mais aqueles que acreditam em nós, veríamos o verdadeiro potencial que temos. “de tudo, retém o que é bom”, diz o apóstolo Paulo, e as pessoas que nos jogam para baixo não têm nada de bom para nos oferecer.<br />Tendemos a ser muito autocríticos e acabamos por dar ouvidos às frases que não devíamos. “Você está gordinho”, “Isto poderia estar melhor”, “Eu não sei se você pode fazer isso”, “Não é parte da sua competência”. Isto é o que o mundo nos fala para nos deixar acomodados em nossa própria posição, sem experimentar, sem renovar.<br />Sempre fui horrível em matemática. Nunca gostei da matéria, pois não consigo imaginar a vida de forma cartesiana, objetiva. A vida não é A+B=AB, mas uma infinidade de variantes que, por vezes, estão além de nossa possibilidade de compreensão. Só saberemos o verdadeiro sabor daquelas "mangas" que recebemos se as experimentarmos. Cada experiência de nossa vida é uma variante que pode gerar possibilidades boas ou ruins, que só saberemos se tentarmos viver.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Chamfort, filósofo francês diz que o homem chega inexperiente a cada idade da vida. Ou seja, se não experimentarmos, não poderemos ter tais experiências. Ninguém pode aprender com as experiências dos outros. Se outras pessoas pegaram mangas azedas em áreas de sua vida, não quer dizer que as suas não possam estar sumarentas.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Não dê ouvidos aos que dizem que as mangas não estão boas, que cruzeiros não são divertidos ou que pessoas são desagradáveis. Experimente a vida, pois não a vivemos duas vezes, assim como cada manga matura uma única vez em sua vida.<br />Eu disse sim para manga e estou pensando seriamente em dizer sim ao cruzeiro. Há muito tempo disse sim a mim mesmo. Experimentar sem medo só me tem feito bem, e acredito que continuará assim eternamente.<br /><br /><strong>Proposta do dia:</strong><br /><br />Se você não gosta de manga, coma manga. Se não gosta de alguém, mas não tem motivo, converse com esta pessoa. Experimente algo diferente!</span></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-30848621163503233952009-02-04T09:01:00.002-02:002009-02-04T09:04:49.953-02:00A Barreira dos Cinco Anos<a href="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SYl2R55p4tI/AAAAAAAAACg/WtOFOGSj4ok/s1600-h/em+algum+lugar+do+passado.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5298896486550594258" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SYl2R55p4tI/AAAAAAAAACg/WtOFOGSj4ok/s320/em+algum+lugar+do+passado.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Eu tinha uns cinco anos de idade quando ouvi, no clube que freqüentávamos em Campinas, a seguinte frase: “Você não lembra de nada de antes dos cinco anos de idade”. Não sei quem falou isso, mas foi em uma mesa, à volta de algumas garrafas vazias de cerveja, ou seja, em alguma academia filosófica padrão do Brasil do século XX.<br />Devo ter ficado me concentrando naquele momento, para que ele ficasse marcado em minha mente e eu pudesse contrariar a “sabedoria divina” que provinha da mesa do bar. Tentei lembrar várias coisas em meu passado, tão curto até então, e guardei-as em alguma gaveta em minha lembrança. Porém, o que mais me interessa, quando olho para trás e vejo aquele momento, é a minha atitude de inconformismo diante do inevitável. Não importa se era verdade ou não aquela informação, mas sim que, como criança, eu acreditava piamente em tudo que os adultos diziam. Então, para mim, não lembrar de meu passado era verdade. Aquilo ia acontecer comigo.<br />O determinismo daquela frase me chocou, mas não me dei por vencido. Creio que minha contínua ligação ao passado tem raízes neste momento. Sou alguém que não quer esquecer. Reservei uma grande área em meu cérebro com um álbum de fotografias e vídeos para onde posso correr para lembrar tudo. Busco em minha vivência anterior a contínua bagagem para a vivência posterior. Para viajar, precisamos saber com o que nos vestir para onde vamos, e nada melhor do que lembrar como nos vestimos da última vez que estivemos ali.<br />Tenho flashes dos meus primeiros anos. Muito esparsos, mas consegui romper a barreira imposta por aquela citação. Sem muita lógica, consegui formar um pequeno quebra-cabeças de reflexos que se estendem pelo período de aproximadamente dois anos antes do fatídico dia de meu quinto aniversário.<br />Lembro de duas coisas do meu primeiro colégio: “Balão Mágico”. Lembro dos brinquedos do play ground, lembro de estar com as monitoras no play-ground, em um brinquedo que parecia uma gaiola. Lembro de estar sentado em uma mesa, em uma festa junina, ao lado de uma menina de olhos verdes e da minha mãe falando que éramos namorados. Eu tinha quase cinco anos nesta época. Era meu último ano naquela escola.<br />Lembro do dia em que meus pais me contaram que eu ia ter um irmãozinho. Nós estávamos no carro (um Passat, não lembro qual, pois tivemos um azul, um cinza e um branco) e eles disseram que o Felipe estava vindo. Eu tinha quase quatro anos e estava de pé no espaço entre os dois bancos da frente, olhando para minha mãe, que sorria para mim.<br />Quando meu irmão chegou em casa, eu lembro de estar no quarto da minha mãe, com a minha avó, esperando. O carro parou de frente para o prédio onde morávamos. As grades do prédio eram de ferro, pintadas com tinta anti-ferrugem e o piso ainda era de concreto, com as marcas das vagas de estacionamento dos apartamentos pintadas em amarelo. Eu tinha quatro anos de idade.<br />Lembro da pintura azul em meu quarto, com as nuvens. Lembro do meu pai criando, com mãos de marceneiro, os móveis de nosso quarto. Lembro da escola “Meu Quintal”, comigo fantasiado de Gorpo, por que não queria ficar vestido de He-man. Lembro de ir ao Taquaral, um parque em Campinas, com mais umas seis pessoas dentro de um fusca branco. Lembro do cheiro de uma bola de borracha que compramos lá. Lembro de muito mais coisas, que não preciso dizer aqui. Tudo antes dos cinco anos.<br />Eu lutei contra uma determinação do tempo. Lutei contra o conhecimento humano de que não poderia me lembrar de nada antes dos meus cinco anos de idade e lembro. Lutei para não esquecer qual é o sabor da memória para mim. Lutei, por que tudo o que posso fazer contra o determinismo é lutar. Não quero ter uma vida vazia, sem lembranças.<br />Não vivi muito. Nem vivi intensamente. Sempre tive uma vida perene e normal. Normal demais, sem muito me aventurar. As perdas não foram tantas, e nem tão marcantes (excetuando-se meu avô e minha avó, não perdi entes queridos). As vitórias não foram tão grandiosas. Porém, as lembranças desta vida são minhas e não aceito que digam até onde posso lembrar delas.<br /><br />Proposta do dia: lembre-se de algo de sua infância. Um cheiro, uma pessoa, uma textura.</span></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-53487444238253753132009-02-03T11:16:00.002-02:002009-02-03T11:18:57.493-02:00Amada Amiga<a href="http://2.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SYhEOG6HiuI/AAAAAAAAACY/YG98IVb8bp4/s1600-h/guarau6.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5298559970764622562" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 209px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SYhEOG6HiuI/AAAAAAAAACY/YG98IVb8bp4/s320/guarau6.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Por ser um contínuo viajante, não me conecto aos lugares de forma convencional. Cada localidade por onde passei é como um velho amigo, com sentimentos e histórias que compartilhamos e que, quando nos sentamos juntos, lembramos com risadas.<br />Lugares são, em minha mente, mais que simples lugares, adquirindo uma conotação especial. E poucos lugares são tão especiais para mim quanto meu velho amigo Guaraú.<br />Guaraú é uma praia incrustada no meio da mata da Juréia. Sua relação comigo era quase de amantes. O guaraú era como uma linda mulher que se escondia misteriosa por trás das curvas sinuosas de uma estrada estreita chamada vida. Guaraú me ensinou o que é solidão e o que é alegria. Compartilhou comigo momentos de felicidade (pescarias, descobertas) e a desilusão da perda (a morte do meu avô). Guaraú me fez descobrir mais sobre mim do que a grande maioria das pessoas que passaram pela minha vida.<br />Sinto falta das areias macias de suas ruas esculpidas no meio do matagal. As casas esparsas ao longo da Rua do Telégrafo, por onde andava de bicicleta. Guaraú, velha amiga, amante de águas salgadas, sinto saudades de você.<br />Porém, minha amada morreu. As coisas não são como nos lembramos dela. O grande problema da realidade é que ela vem para esmagar nossos sonhos e nossas lembranças e nos traz amargura à boca.<br />As ruas de areia branca foram substituídas por asfalto, e os rios que éramos obrigados a atravessar de carro foram cobertos por pontes, como se fossem um sangramento a ser estancado. Eram lágrimas de quem sabia o que a esperava. De quem sabia que ia morrer.<br />A docilidade da noite escura de lua grande que invadia a praia foi trocada por holofotes amarelos ao longo da orla. O romantismo acabou, minha amante se foi, já não existe mais.<br />Porém, ficou a lembrança de quem éramos juntos em minhas brincadeiras infantis e meus primeiros arroubos juvenis ainda me dá calafrios de quando se vê a primeira namorada. O primeiro amor é sempre duradouro e perene, mesmo que o objeto amado tenha morrido.<br />Foi triste o destino de minha amada Guaraú. Minha velha amiga se foi. Quando olho para trás e vejo o que passamos, sinto, mais do que saudades, a certeza de que vivemos muito, compartilhamos muito, dividimos muito. Em suas areias sentava-me para ver o mar e acompanhar o desenho que a lua fazia em suas águas. Conversava com ela e esperava respostas. Em Guaraú eu ouvi minha mente perguntar o porque de tudo pela primeira vez.<br />Amigos fazem-nos questionar nossos princípios, sem nos censurar por termos feito as escolhas que fizemos. Discordam de nós, mas respeitam nossas escolhas. Nunca duvidam de nossa capacidade. Sempre questionam nossos limites e sempre aceitam que façamos o mesmo.<br />Tive muitos relacionamentos parecidos com amizades em minha vida, mas sempre faltava algo. Eu sempre me senti invadido, mas nunca consegui que permitissem minha invasão. Isso foi fazendo com que me fechasse e duvidasse mais do ser humano a cada dia.<br />Meu relacionamento com os verdadeiros amigos tinham que ser como meu relacionamento com Guaraú: sem segredos, sem limites, sem barreiras. Quando estava lá, entregava-me totalmente a ela e vice versa, de forma transparente, completa, incondicional.<br />Porém, humanos não são praias (e nem ilhas) e não são tão abertos assim às águas que vêm a eles. Mais parecidos com rios sinuosos, onde cada curva guarda uma surpresa, os mistérios do ser humano não são tão prazerosos de se descobrir quanto os mistérios de uma praia insondável. Diferente das praias, que escondem o seu melhor, não o revelando no primeiro encontro, mas nos encontros mais furtivos e íntimos, nós, humanos, revelamos o nosso melhor e escondemos o nosso pior, que vamos revelando com o tempo. A praia não exige confiança para se abrir para nós. Ela se revela e nos surpreende a cada passo. O ser humano nos conta seus segredos de forma triste e vaga, escondendo seus verdadeiros sentimentos.<br />Não somos feitos de areia e mar, mas de carne e sangue, e isto faz diferença. Ainda conhecerei outras praias, mas não acredito que tenha uma ligação tão forte com nenhuma delas, assim como não acredito que possa permitir uma ligação tão forte com outras pessoas também.</span></div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-27074714864324008262009-02-02T17:20:00.002-02:002009-02-02T17:25:07.008-02:00NÃO!<a href="http://3.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SYdHozVC9OI/AAAAAAAAACI/RVXEx_cYWJU/s1600-h/1024magritte-sonofman.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5298282252923499746" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 265px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SYdHozVC9OI/AAAAAAAAACI/RVXEx_cYWJU/s320/1024magritte-sonofman.jpg" border="0" /></a><em><span style="font-size:78%;"> ("O Filho do Homem", de Reneé Magritte. O proibido diante dos olhos, a negação nas mãos junto ao corpo. Desejará o homem no quadro morder o fruto proibido? Quantos frutos proibidos são colocados à nossa frente e acabamos mordendo o que não devemos? Qual o gosto que o homem sente ao provar do que não deve?)</span></em><br /><br /><br /><br /><div>A mesa é minha inimiga. Nos últimos dois anos eu ganhei 22 quilos (quase um quilo por mês, em média). Comer deixou de ser um prazer para tornar-se quase uma obsessão. Obsessão que preciso controlar.<br />Porém, eu nunca tive um bom relacionamento com o domínio próprio e o autocontrole. Agora, em meu corpo, pago o preço por não ter fechado a boca quando deveria.<br />Docinhos, bolachas, chocolates, sorvetes. Todos gostamos muito de tudo isso. eu, porém, não consigo consumir nada disso em pequenas quantidades. Se quero doce, tem que ser uma caixa. Se quero bolacha, um pacote, se quero chocolates, uma barra grande, se quero sorvete, um pote inteiro.<br />A desculpa que eu dou é a de que tenho taxa de Açúcar baixa e que sempre preciso compensa-la, pois sou hipoglicêmico.<br />A verdade é que sou viciado em açúcar.<br />Escrever isso não é fácil. Compartilhar algo tão mesquinho de mim mesmo, sem que pareça que quero a piedade de todos que me lêem é ainda mais difícil, exatamente por que não quero que você sinta pena, mas que se enxergue por meio dos meus erros. Não apenas os que eu cometi, mas os que cometo todos os dias.<br />Confessar nossas culpas faz bem, e uma das minhas maiores lutas é contra a falta de autocontrole. Domínio próprio é a elasticidade que o nosso superego tem para falar não ao nosso Id. É o controle da razão sobre a emoção e a vontade. E eu tenho grande dificuldade de dizer não para mim mesmo.<br />A pior parte de tudo isso é o depois. Depois de uma boa mesa, sempre sobra a dilatação do estômago. A dor estomacal é o sintoma de que exagerei, e todos os dias tenho sentido.<br />Não vou discutir os motivos que me levam a cometer estes deslizes. A ansiedade, a falta de maturidade para lidar com rejeição, a amargura, etc. tudo isso me conduz à falta de domínio próprio e acabo me punindo em meu próprio corpo.<br />Todos nós erramos, todos nós somos, eventualmente, dominados pelo desejo. Eu erro muito nesta área e preciso me controlar.<br />De uns tempos para cá tenho pensado em me policiar de forma mais ostensiva. Controlar o que desejo com a mente, mesmo que o corpo peça. Vou diminuir o açúcar. Sei que vou ficar mais ansioso e nervoso do que já sou, mas preciso de força para conseguir.<br />Eu tenho Jesus, então tenho onde buscar força. Quando não consigo me controlar, basta buscar a Ele e eu posso conseguir. Porém, mais do que qualquer coisa, preciso negar o excesso em meu desejo.<br />Preciso aprender a dizer não.</div><div> </div><div>(continua abaixo)</div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4579664673983629054.post-35343548746495677162009-02-02T17:14:00.002-02:002009-02-02T17:19:41.040-02:00NÃO! (CONTINUAÇÃO)<a href="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SYdGgxoPOgI/AAAAAAAAACA/z7zia5ZfTGc/s1600-h/untitled1.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5298281015516543490" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_1YRV9RbPjso/SYdGgxoPOgI/AAAAAAAAACA/z7zia5ZfTGc/s320/untitled1.bmp" border="0" /></a>("Isto não é uma maçã", diz a frase no quadro de Reneé Magritte)<br /><div><br /> </div><div></div><br /><div>Dizer não é algo que aprendemos aos poucos. Não adianta tentar dizer não a tudo de uma vez. De vícios só nos libertamos gradativamente. E vícios, nada mais são, que hábitos que atingiram o ponto da patologia.<br />Hábitos fazem de nós quem somos. Como diria Samuel Becket, “A vida é uma sucessão de hábitos, pois o indivíduo é uma sucessão de sujeitos”. Nos intervalos destes hábitos é que vivemos realmente, quando “o tédio de viver é substituído pelo sofrimento de ser”. Porém, é no hábito que a grande maioria encontra a satisfação.<br />Concordo com Becket, mas viver não é um sofrimento, mas um risco. Quando dizemos não, corremos o risco perigosíssimo de descobrir que passamos tanto tempo dizerndo sim a algo que não nos traz real vivência, real prazer. Dizer não ao hábito é um passo importante para crescer.<br />A satisfação da vontade e da necessidade ganhou um aspecto de urgência em nós. Parece que precisamos viver e consumir o que desejamos o mais rápido que pudermos, pois não sabemos o dia de amanhã. Mal sabemos que estamos negligenciando nosso próprio amanhã quando damos este tipo de importância para o hoje.<br />O dia de hoje é importante para viver, mas a vida tem limites demarcados que estão muito aquém daquilo que o mundo tenta colocar na nossa cabeça. Enquanto as propagandas de bebida mostrarem jovens bonitos em volta de uma mesa, conversando, bebendo, sendo felizes, veremos jovens tristes envolvidos em acidentes de carro, em depressão e entregues ao vício. Tudo por causa da falta de autocontrole.<br />Este exemplo (não tão exagerado) é apenas um dos exemplos que podemos dar. Poderia falar sobre sexo, sobre cigarro, sobre possessão, sobre busca por poder, trabalho, etc. em todas as áreas nós temos pessoas que são assim: buscam o que querem e não se importam com os outros à sua volta. Este egoísmo e este fascínio pelo possuir geram a destruição destas pessoas. Elas se perdem por que não conseguem se controlar.<br />Eu só preciso fechar a boca. Substituir pro frutas os doces que tanto consumo. Creio que seja possível. Espero conseguir vencer esta jornada de minha viagem, mas só é possível com força de vontade. Ser viciado não é fácil e, por mais que pareça exagero, já que falo de açúcar e não de uma “droga”, preciso viver um dia de cada vez, sem arroubos, buscando tranquilamente a satisfação que as quantidades moderadas podem me oferecer.<br />Quanto ao que é ilegal ou imoral, isto eu não concordo em ter nem em quantidades moderadas. A viagem da droga só atrapalha a viagem muito mais alucinante em busca de si mesmo!<br /><br />Proposta:<br /><br />Deixe de fazer alguma coisa que você sempre faz.</div>joão thiagohttp://www.blogger.com/profile/12285398768934041722noreply@blogger.com0