sábado, 31 de janeiro de 2009

parte 2 - continuação da postagem anterior


Imagem da revista Superinteressante

As pessoas acreditaram em mim e eu as desapontei. Não quero mais isso, mas sei que vai acontecer vez após vez em minha vida. Sou rebelde e inconstante. Gosto de fazer as coisas do meu jeito, que acredito ser o certo. Jesus já quebrou a cabeça muitas vezes comigo, me vendo, em pleno ataque de teimosia, fazer tudo ao avesso do que ele havia ensinado. Porém, eu insisto em tentar seguir aquilo que Ele me ensinou, pois me inspirou a seguir em frente e tentar a obediência.
Líderes precisam inspirar seus liderados. As pessoas que estão à nossa volta precisam sentir-se seguras de que acreditamos piamente naquilo que estamos fazendo. Quando acreditamos, oferecemos para àqueles à nossa volta algo que eles não têm: propósito (tema do texto anterior), pois eles abraçam os nossos.
Quantas vezes eu já me peguei carregando a bandeira dos outros. E não me arrependo. Se eu tivesse feito isso por algo que não acredito eu aceitaria ficar resignado. Porém, por muito tempo me faltou propósito, e, seguir alguém, me ensinou a buscar meus próprios passos. Encontrar meu próprio caminho.
Porém, continuo perdido, em uma jornada em busca de algo maior. O propósito final (a paz) esta eu não posso encontrar na estrada de ninguém a não ser na minha. E eu espero um dia, em um futuro distante, chegar mais próximo dela.
A inspiração que recebemos daqueles em quem nos espelhamos nos move a tentar ser melhores. Tenho muitas pessoas que já foram modelos para mim. Meu pai, professores, amigos, pastores, pensadores, personagens de livros, filmes, etc. porém, entre o idealismo do discurso e o realismo da prática muitos deles caíram, pois não atenderam às expectativas que formei deles.
Expectativa é algo com o que líderes precisam estar dispostos a lidar. Tanto das pessoas em relação a eles quando deles em relação às pessoas. Precisa saber que tem que cumprir com aquilo que prometeu e que talvez as pessoas não cumpram com a parte delas. Líderes precisam estar prontos a assumir responsabilidades que não são deles, mas que, para o bem de todos, precisam recair sobre alguém.
Não conheço muitas pessoas que fazem isso. Altruísmo é uma característica cada vez mais difícil de encontrar no ser humano. O que deveria ser o cerne de nosso caráter acaba sendo considerado um defeito na sociedade imediatista em que vivemos. Assumir responsabilidades que não são suas só fará com que as pessoas fiquem sobrecarregadas.
Porém, quando uma parte do corpo tem problemas, outras partes precisam compensá-la. Se um pé dói, o joelho começa a receber mais pressão. Se um ombro se desloca, o outro precisa se esforçar mais.
Somos partes de um mesmo organismo chamado humanidade, mas entendemos cada um à nossa volta não como uma célula irmã, mas como um câncer inimigo. Nós somos parte de um todo e precisamos estar juntos para que faça algum sentido o ser humano. Ernest Hemingway, citando John Morre em “Por quem os sinos dobram” diz que “nenhum homem é uma ilha”. Todos estamos conectados ao grande continente que é a humanidade pelos istmos dos nossos sentimentos, e cada um de nós tem um trabalho especial a fazer, algo único e intransferível a executar.
Em minha viagem resolvi abrir mão de liderar e busquei seguir um líder. Líderes tomam decisões difíceis para que o grupo possa sair beneficiado. Isto não tira de nos a responsabilidade de tomar decisões. Nós ainda escolhemos seguir ou não aquilo que eles falam, ensinam, compartilham.
Eu sigo um líder. Ele é altruísta e dedicado, me instrui de diversas formas nas situações da vida. Ele me inspira a seguir e atende às minhas expectativas. Provavelmente é o único que nunca me decepcionará. Eu sigo Jesus e encontrei nele um modelo de inspiração no qual posso me espelhar e pelo qual posso ser liderado. Desde que tomei a decisão de segui-lo, muitas coisas começaram a fazer sentido. Apesar do longo caminho ainda a seguir, como diria o apóstolo Paulo, “prossigo para o alvo”.
Mas a estrada está apenas começando. Como disse anteriormente, Jesus me ajudou com o primeiro passo, mas ele quer atitude da minha parte para dar os passos seguintes. Propósito, liderança e satisfação. Seguimos rumo a um horizonte que ainda não conhecemos. Só sei que o novo livro de minha vida é escrito a cada dia e cada página diz algo diferente, novo. Chega de decepcionar os outros e a mim mesmo. Chega de criar expectativas maiores do que as que posso alcançar. Minha estrada é mais importante do que isso.

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