sexta-feira, 26 de junho de 2009

Meus "Ídolos" de carne

O talento do Chico me bestifica. Não que eu já não fique bestificado normalmente, dia após dia com uma série de coisas que nos acontecem ( a luz da geladeira continua sendo um mistério indissolúvel dentro de minha vazia cabeça), mas o que Chico Buarque é capaz de fazer com as palavras é imbativelmente (palavra que não existe. SIC, para quem se incomoda) a melhor coisa que pode haver.
Estava lendo o clássico do cancioneiro futebolístico “o Moleque e a Bola”, publicado em 98, durante a Copa da França, no “O Globo”. De algo tão trivial quanto a relação entre o moleque pobre e a bola de futebol (seja um coco, um ovo, uma laranja ou uma bola de capão) ele extrai tamanho lirismo que (não tenho outra palavra) me bestifica.
Eu tenho uma relação complicada com os artistas que admiro. Sinto como se os conhecesse por meio de sua arte e acabo buscando mais deles nas fontes disponíveis. Me peguei seguindo o Max Lucado no Twitter só por que os livros dele são maravilhosos. Até mandei mensagem em português (que ele entende) prá ver se consigo a atenção do rapaz.
A internet possibilitou esta interação mais próxima com nossos (odeio esta palavra mais que tudo) ídolos (não... não coloco o Danilo Gentili em um pedestal, apenas admiro a velocidade de raciocínio dele). Blogs, sites, vídeos no youtube, Orkut, comunidades virtuais e, agora, o Twitter. Recursos, formas de estarmos mais próximos daqueles que sentimos que podem nos passar algo, nos agregar conhecimento.
Eu procuro estar o mais próximo possível daqueles que me ensinarão algo. Quero que aqueles que querem aprender de mim também estejam ao meu lado, pois sei o valor que o aprendizado tem para a vida.
“Ídolos” (eca!) são pessoas que nos ensinam por meio de seu exemplo e vivência. Por meio daquilo que escrevem, pintam, desenham, cantam, fotografam. Hoje vou postar uma listinha de dez pessoas que influenciaram muito minha vida.

Chico Buarque – Artista competente, pensador sagaz.
http://www.chicobuarque.com.br/

Max Lucado – Autor profundo em sua simplicidade. Sem palavras
http://maxlucado.com/

Renée Maggritte – Sensibilidade para representar o real de forma irreal
http://www.magritte.com/

Henri Cartier-Bresson – De seu olho saltam momentos mágicos para cada um de nós
http://www.henricartierbresson.org/index_en.htm

Marisa Monte – voz de chuva que cai devagar no limiar da porta
http://www2.uol.com.br/marisamonte/site/abertura.htm

Tom Jobim – Passarim passarando no canto dentro de mim
http://www2.uol.com.br/tomjobim/index_flash.htm

Vinícius – elementar para entender quem sou
http://www.viniciusdemoraes.com.br/

Manuel Bandeira – delicadeza daquele que não era um bicho... meu Deus, era um homem!
http://www.astormentas.com/bandeira.htm

Leon Eliachar – O “Cairioca” que fez cócegas em meu raciocínio
http://www.releituras.com/leoneliachar_bio.asp

Brennan Manning – Pela graça conheço a graça!
http://www.mundocristao.com.br/autordet.asp?cod_autor=147

Não coloquei aqui as pessoas que conheço, com quem convivo e que são os melhores exemplos para mim. Estou postando aqui pessoas que podem te influenciar de alguma forma, esteja você onde estiver. Estes “artistas”me ensinaram algo em algum momento, e desprezar a sua importância para minha vida seria, no mínimo, displicência.
Ainda estou bestificado com o texto do Chico. Já conheço muitas coisas dele, mas este texto é muito limpo. Procurem, pois vale a pena.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Momento Mágico












(clique no título para ouvir a música)
(clique na foto e conheça a fundação Cartier Bresson)
(Foto de Henri Cartier Bresson, aquele que resume o que é momento mágico)

Sou cinegrafista há alguns anos e venho filmando eventos sociais e, por isso, tenho visto muita gente em seus momentos mais felizes. Não faço pelo dinheiro, que é pouco, mas pelo prazer de ver o sorriso de um noivo, uma lágrima no rosto de uma mãe, as mãozinhas de uma criança estendendo seus dedos e dizendo, ali, quantos anos está fazendo. Esta mágica, presente nestes momentos, me faz ver o quanto vale a pena viver.
A vida não é feita de felicidade eterna, nem de eterno tormento, mas de um mix com estas duas pontas e um monte de outras coisas no meio. Alegrias, surpresas, amizades, sentimentos, mortes, perdas, derrotas e vitórias, misturadas e entregues em nossas mãos. Quando bebemos a vida, não sabemos o que virá, mas podemos prever que o sabor final pode ser bom.
Registrar as pessoas em seus melhores momentos é uma oportunidade única de olhar para a felicidade dos outros em busca da sua. Me deixa feliz ver um noivo apaixonado, esperando, ansioso no altar, pelo seu objeto de desejo. Suas mãos transpiram, seus olhos não param, seus pés balançam em uma dança alegre de quem não sabe dançar.
Da mesma forma, a mãe que carrega seu filho nos braços para trás da mesa decorada, cercada por amigos cantando os melhores desejos para a criança. Para todos nós, “é pique!” perdeu um pouco do valor, mas para crianças é algo especial.
Estive em um casamento no sábado passado. Casal apaixonado, convidados felizes. Parecia uma festa como outra qualquer. Aí colocaram para tocar uma música especial para o casal e para os amigos.
Algumas imagens deveriam passar em câmera lenta diante dos nossos olhos para que pudéssemos captar sua mensagem de forma mais clara, mas não. Quando a música tocou, era como se crianças avançassem para a pista de dança, correndo entre cadeiras, avançando entre os outros convidados, pulando, sorrindo, cantando junto. Todos em uma mesma sintonia.
Tive uma súbita impressão de infância lembrada, momento mágico, coisa única, como se algo perdido no passado fosse reencontrado. Algo como quando jogo um io-iô e vejo algum sentido em minha vida quando ele desce e sobe em velocidade vertiginosa (era a única coisa que eu sabia jogar quando criança). Como se, voltando ao tempo da infância, encontrássemos o ar necessário para conseguir respirar no meio do mundo dos adultos.
Enquanto Billy Paul cantava, aquelas crianças grandes pulavam ao som do seu ôôôô recordando outros tempos. Para outros convidados aquilo não fez diferença, mas para eles, era um momento único.
Cartier-Bresson resume em suas imagens o que é o “momento mágico”, aquele milésimo de segundo que ficará registrado eternamente no nitrato de prata sobre o papel (por isso a imagem, um dos melhores retratos da infância que eu já vi). A revelação que tive naquele momento é a mesma de quando jogo iô-iô: carpe diem! Aproveite a vida enquanto a tem! Deus nos colocou neste mundo para sermos felizes, completos, plenos, cheios de vida e significado. Momentos como este se revestem de significado especial, e, enquanto virem o DVD, aqueles noivos e aqueles amigos lembrarão de cada momento mágico daquela festa, e cada sensação que lhes vier à memória me deixará deveras feliz por conta do resultado alcançado.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Contratos com Deus


A capa da controversa "revista"


Acho que já deu prá notar por alguns posts abaixo que sou fã de quadrinhos. É uma paixão que trago da infância.
Pois bem. Lendo tranquilamente o
www.omelete.com.br me deparei com a notícia de que tem gente reclamando da inclusão de um livro do grande autor Will Eisner (que, junto de Alan Morre e de Frank Miller forma a santíssima trindade dos quadrinhos adultos) nas bibliotecas públicas escolares em São Paulo e Paraná.
Eu leio Eisner desde criança. Spirit me iniciou nos quadrinhos, Fajin me mostrou o universo dos quadrinhos adultos e outros trabalhos dele sempre se mostraram tocantes e profundos no que diz respeito a algo que os quadrinhos, até a chegada dele, não valorizava: a representação da realidade.
Acompanhei a polêmica sobre outro livro que também cortaram, a coletânea brasileira “Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol”, para cujo corte eu dou total apoio e respaldo. Esta coletânea tem como objetivo e propósito ser um livro de humor, e não trazer qualquer esclarecimento acerca do futebol. As palavras de baixo calão entram despropositadas, como em uma conversa de bar, o que não se encaixa no ensino acadêmico.
“Dez na área” não é um livro que se pode considerar “didático”, diferente de outras obras, como “Persépolis”, de Marjani Satrapi, que fala sobre a ascensão do regime Xiita no Irã no final do século XX, ou “Maus”, de Art Spiegelman, que recebeu um Pulitzer contando a história do pai do autor, judeu, preso em um campo de concentração. “Dez na área” não pode estar em prateleiras escolares, apesar de ser uma grande obra escrita por brasileiros, com humor, vezes refinado e vezes escatológico e raríssimo senso de propósito, mostrando como nosso amor pelo futebol se mistura com a vida.
O livro de Eisner, “Contrato com Deus”, não se encaixa neste viés. Quem conhece a verdadeira literatura de quadrinhos sabe que este é um título marcante para a história da arte seqüencial e sabe o quanto a narrativa contundente e precisa pode ser esclarecedora acerca de fatos, que acontecem em nosso país.
“Contrato” não finge que o mal não existe. Ao contrário, nos confronta com ele, mostrando o quanto nós mesmos somos sujeitos a executa-lo. Eisner não justifica, nem tenta proteger os profanadores da pureza. É com crueza e seriedade que mostra, sim, cenas fortes, que, infelizmente, muitas de nossas crianças estão cansadas de ver em suas casas.
O fato é que, contando uma história, Eisner fatia o coração dos leitores por expo-los a personagens que imaginamos ser bons, mas descobrimos repulsivos.
Fico triste que esta dualidade não interesse aos educadores brasileiros, que sempre valorizaram obras como “O Cortiço” de Aluísio de Azevedo, ou “Dona Flor e seus dois maridos”, de Jorge Amado, onde cenas de sexo são descritas de forma clara e aberta. Interessante que li “Lolita”, de Vladmir Nabokov pela primeira vez em uma biblioteca pública.
São as imagens que incomodam? Liguem suas TVs à noite. Vejam as novelas que tratam de “assuntos atuais” e digam-me que Eisner continua sendo impróprio.
Fico triste ao ver o moralismo exacerbado de certos irmãos querendo discutir o que não conhecem. Eu posso falar de quadrinhos. Eu os leio desde sempre e não deixei de Le-los por conta de Jesus.
Nossos líderes foram queimados por Judeus nos primeiros séculos. Fomos perseguidos pela inquisição anos depois. Tivemos nossos livros queimados em praças na Alemanha nazista, fomos rejeitados, rechaçados, afastados, chutados, humilhados, cuspidos e censurados por onde passamos. Hoje, sendo aceitos pela sociedade, a única voz que temos é a daqueles que censuram, humilham, rechaçam, refugam, chutam (literalmente) e cospem com o mesmo vigor com que sofreram tais perseguições.
É pena. Perdem por não querer crescer e aprender. Eu não tenho vergonha de ser crente, mas de, infelizmente, ser comparado a alguns destes “personagens” interessantes que temos no mundo gospel. Nossa irrelevância neste mundo chegou a níveis tais que somos mais motivo de chacota, por nossas “excentricidades” do que de crítica por nossos posicionamentos. A solidez dos argumentos de alguns de nossos “porta-vozes” pode ser comparada à espuma do mar, ou ao vento que sopra. Quase igual a zero.
Leiam Eisner antes de falar dele. Não critiquem o que não conhecem. Quadrinhos são arte, como literatura ou cinema, e a arte é a livre expressão da realidade que nos permeia, interpretada pelos olhos daqueles que a vêem.
Cristãos, cresçam e lutem por causas que valem a pena, pelo amor de Deus.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Retrato em Branco e Preto


Descubra se é daltônico: tecle no título e faça o teste.


Domingo descobri que sou daltônico. Na verdade foi mais uma constatação de algo que eu já sabia do que uma descoberta.
Teoricamente, eu deveria ficar chocado com esta realidade, afinal, tudo em que trabalho vai cor, e não enxerga-las limita meu campo de ação. Sem as cores certas, as imagens de uma filmagens ficam irreais, um layout de jornal fica desigual, um logotipo perde a coerência.
Porém, sempre consegui compensar isso, pois sabia que meus olhos não eram confiáveis no que tange a ver as cores de forma correta. Minha limitação é pequena, está nos verdes, cinzas, azuis e lilazes, que não consigo discernir com facilidade, mas está nas cores fundamentais, o que complica bastante meu trabalho.
Aprendi a não confiar em meus olhos. Quando bato o branco em uma câmera, quando escolho um azul em uma paleta de cores, sei do risco que corro de estar vendo uma coisa e avaliando de outra forma. Nesta hora confio em meu cérebro e em algo que vai muito alem da capacidade de olhar: a capacidade de crer.
A capacidade de crer em mim mesmo é derivada da confiança que Deus tem em mim. Se Ele permitiu que eu trabalhasse com cores, sabendo que eu ia desenvolver este problema, é por que ele sabe que eu ia encontrar um caminho para compensar tal deficiência. Compenso nas outras cores.
Quando temos diante de nós parâmetros pessoais nos quais não podemos confiar, temos que buscar outros parâmetros em que podemos confiar para conseguir enxergar o problema e buscar uma solução. Em meu caso, o parâmetro que eu conheço é o vermelho.
Na vida é igual. Se, em algum lugar, eu tenho um parâmetro em que não posso confiar, quer seja comportamental, social, psicológico, espiritual, preciso mudar o foco e saber, por outros parâmetros, se o que estou fazendo é certo ou errado. Uma atitude que não enxergo como pecado, mas que o é, se eu olhar outra pessoa fazendo, por exemplo. O parâmetro usado para os outros é diferente dos que uso para mim mesmo.
E não adianta dizer que é mentira, por que não é. Usamos nossa “daltonia espiritual” para não vermos a cor do pecado que cometemos. Usamos “daltonia social”, para não vermos o quanto machucamos nossos pares. Usamos “daltonia psicológica” como desculpa para traumas que insistimos em carregar por autopiedade. As cores dos nossos erros são mais preto e branco para nós do que as cores dos erros dos outros.Onde você é daltônico? Ou até míope, quem sabe. Analise sua vida por outro ângulo. Encontre seu vermelho para saber quais são os parâmetros que podem mudar a sua vida.

sábado, 6 de junho de 2009

Rei Morto, Rei Posto

Steve Rogers Morto em 2007


Uma das coisas que eu gosto nos quadrinhos se chama maniqueísmo. O mundo simplificado de forma a o entendermos claramente. O bem é o bem e o mal é o mal. Entendemos isso se apenas olharmos os quadrinhos.
Como esta nunca foi uma arte com o objetivo de mimetizar o mundo real (homens voam, alienígenas existem, alô!), mas sim criar um novo universo de possibilidades e, possivelmente, explicar nossa existência por meio de mitos, os quadrinhos nos inspiram a ser melhor do que somos e a buscar a essência do verdadeiro heroísmo.
Vejamos algumas personagens que eu sempre gostei. Super-homem e Capitão América. São, possivelmente, os mais odiados nos dias de hoje, graças ao ódio anti-americano que tomou o mundo (azar o das outras nações que abaixaram suas calças para o Tio Sam no passado e agora não podem lidar com isso). São meus heróis favoritos, pois representam valores incorruptíveis, como lealdade, superação, dedicação, entrega.
Kal-el é enviado à terra com o objetivo de inspirar a humanidade a ser mais do que é. Ele representa tudo em que podemos nos tornar e muito mais. Kal-el está sempre um passo à frente da humanidade, não a deixando para trás, mas puxando-a consigo, avançando junto de nós.
Steve Rogers era filho de um alcoólatra que viva na cozinha do inferno em Nova Iorque e, por meio de um experimento do governo, ganhou superforça, agilidades, etc e tal (o pacote completo menos a capacidade de voar). Com um uniforme azul e um escudo de metal ele invadia os campos de batalha e participava das grandes lutas contra a Alemanha durante a segunda guerra mundial. Suas cores representavam os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade presentes no iluminismo, na revolução francesa e nas cores da bandeira americana. Sua imagem patriótica extrapolava os símbolos nacionais. Ele era um símbolo em si.
Por representarem muito mais do que eram, na realidade, e por terem sido usados como veículos para um sistema opressor, seu valor foi se perdendo ao longo do tempo, mas todos gostaríamos de ver heróis assim no mundo real.
Tenho princípios e não abro mão deles. Não tenho um escudo, nem vôo mais rápido que uma bala, mas acredito em Deus, pátria e família, e podem me chamar de conservador que eu não ligo, tenho certeza de minha fé e de minhas convicções.
Mas o fato com os super-heróis é que eles representam nosso ideal e nosso objetivo. Compramos gibis para lermos histórias que gostaríamos que acontecessem conosco. Quem não gostaria de ter superforça? Ou quem não ficaria feliz em ler o pensamento dos outros?
Porém, tenho visto o perfil de herói mudando aos poucos. Um pouco por causa do envelhecimento natural dos leitores de quadrinhos (uma nova geração não foi formada nos anos 90, então os leitores ainda são os mesmos dos anos 80) e um pouco por causa da desilusão com os valores que falei acima. Grande parte da população deixou de acreditar em Deus (ou em uma força externa que vem resolver nossos problemas, venha de kripton, ou venha do céu), as pessoas não valorizam tanto a família (um bem que um certo cabeça de teia valoriza bastante) e poucas pessoas acreditam nas nações e em sua soberania (olha os EUA aí de novo...)
Cada vez mais os heróis tradicionais estão dando lugar a anti-heróis cujos valores são ambíguos e egoístas. Valores como egoísmo, sexismo, rancor, vingança e violência são passados para os leitores de forma cada vez mais clara. Os quadrinhos perdem sua aura de reflexo de desejos e passa a assumir uma cara de reflexo da realidade.
Nesta busca por refletir a realidade, mataram um mito. De forma absurda (um atentado a bala), mataram o Capitão América. Steve Rogers jazia no chão, na frente do congresso americano graças a um tiro de uma pessoa inesperada.
A morte do mito, a queda do “Sentinela da Liberdade” é um símbolo enviado pela editora dizendo que os tempos são outros, que os mitos que acreditávamos que poderiam representar nossos melhores ideais morreram e que é hora de encararmos a realidade com os olhos humanos.
Não à toa, a editora do Super-Homem o enviou definitivamente para fora da Terra. vivendo em outro planeta desde que Lex Luthor o envenenou com uma carga imensa de raios solares, o alter ego de Clark Kent como que deixou o mundo na mão dos humanos, subindo aos céus no meio das nuvens (parece alguém para você?)
Pois é... o super sempre foi um mito que remeteu à bíblia sagrada. Jerry Siegel e Joe Shuster eram judeus e criaram o herói que foi enviado em uma “cestinha interplanetária” para libertar a humanidade de todos os males que a aprisionam.
Nossos heróis nos deixaram e sentimos sua falta. Não por que não estão mais nas paginas dos gibis, mas por que, em nossos corações, já não há mais espaço para eles, e, infelizmente, sabemos disso. O mundo não é o mesmo, onde o maniqueísmo é possível.
Mas, na mesma velocidade com que morrem, heróis renascem e ressurgem das próprias cinzas, assim como valores. Em momentos de crise precisamos de símbolos em que possamos nos apegar, âncoras que possam deixar-nos mais seguros. Obama é um destes símbolos, dizendo que a mudança é possível, lutando, como super-herói, para conseguir manter unido um planeta de pessoas que pensam tão diferente, mas que têm os mesmos ideais.
Lindo pensar que o Capitão América pode ressurgir. Diferente de nós, os heróis não tem as limitações que nos são comuns e isto nos faz olhar para eles com esperança de que um novo nascer, uma nova chance nos é dada também.