quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Amor, Amor...


Quando amamos, muitas coisas fazem mais sentido para nós. Porém, nem tudo. O amor não é uma ciência exata, com equações perfeitas e números redondos. É mais como uma daquelas raízes quadradas com “N” casas atrás da vírgula. Casas que podem mudar tudo, e com valor tão pequeno.
Como amamos? Como escolhemos quem amamos? Para estas perguntas, sempre existe um cientista que vem com uma resposta cheia de tópicos explicando seus feromônios, seu DNA e uma série de reações químicas, além de uma lógica simplista que resume tudo à nossa necessidade de evoluir (escolhemos a mulher certa por conta da largura dos quadris, do tamanho dos seios, da cor dos olhos, etc). Ou um poeta, que vem e fala sobre uma série de sentimentos maravilhosos que tomam nossos corações diante de uma paixão voraz. Para mim, ambas respostas são incompletas.
O amor é uma união entre a razão e o subconsciente com o objetivo único de fazer com que você seja feliz. É um dos recursos que nossa própria mente mimetiza do seu Criador e faz com que nosso corpo obedeça a este estímulo. Não um estímulo químico, mas racional e subconsciente ao mesmo tempo, formando um interessante paradoxo.
Desde crianças aprendemos a gostar de um tipo de menina ou menino. Aprendemos a identificar o que é belo para nós (e isso, por ser um conceito subjetivo é derivado da criação de cada um de nós), o que é agradável. A voz, o cheiro, o sabor, as cores, etc. Aprendemos sobre coisas que gostamos de fazer e coisas que não gostamos, e tudo isso vai se tornando background para escolhermos a pessoa de nossas vidas.
Com toda esta bagagem, nós descobrimos que somos como a metade de algo que precisa ser completado. Uma antiga lenda grega diz que os seres humanos eram formados por duas metades iguais, cada uma com dois olhos, uma boca, duas pernas, dois braços e (gosto de pensar assim) a metade de um coração. Os deuses gregos teriam cortado este ser no meio, pois era muito poderoso. Por conta desta separação, passamos a vida a procurar nossa outra metade. Esta história se cumpre nos versos de Wave “É impossível ser feliz sozinho”.
Não acredito na história (o que é obvio), mas acho a analogia interessante. Duas metades procurando uma à outra. Com tanta gente no mundo é possível encontrar esta outra metade e ser feliz para sempre. Ou não.
Conheço muita gente que encontrou uma metade parecida e se finge satisfeita com isso. Não há como ser feliz assim, já que não nos completamos. O excesso de pessoas na Terra faz com que nós pensemos que uma metade parecida com a nossa possa se encaixar. Tenho ouvido muito a seguinte frase: “Se não der certo o casamento, a gente se separa”. Ou seja, as pessoas se adaptam à metade parecida até por preguiça de buscar a metade perfeita. Vemos tanta gente se desencontrando por aí que não sabemos mais se há segurança na solidão que precede o encontro verdadeiro.
Aos sábados à noite eu trabalho com filmagem de eventos sociais. Mais especialmente casamentos. Vejo, todos os finais de semana, pelo menos um casal se unindo “até que a morte os separe”. Já vi muitos padres, pastores, elderes, juízes e outros sacerdotes ou pessoas a quem o poder foi concedido falando sobre o amor e sobre a paixão. Porém, nada me fala mais alto sobre o amor do que o brilho nos olhos de um noivo esperando sua noiva no altar.
Há algo diferente quando eles levam a sério a sua união, e podemos ver isso refletido em seus olhos. Os noivos, em geral, são as molduras para as noivas, que são os quadros. Mas que belas molduras são quando estão cheios de lágrimas nos olhos ao ouvir os primeiros acordes da marcha nupcial, vendo as portas da igreja se abrir e a sua esperada surgir em todo seu esplendor. Poderia fazer diversas analogias sobre o amor de Cristo, mas não é esta a proposta, estamos falando do amor entre homem e mulher, que Deus criou para estarem juntos.
Diante dos olhos marejados, nós vemos que o amor pode fazer maravilhas. Já vi grandes homens fortes, donos de si, chorando como crianças diante de sua noiva, e eu acredito que a história do “amar-te e respeitar-te todos os dias de nossas vidas, até que a morte nos separe” é real. Eu acredito no amor até o fim, e não nestas teorias absurdas de que o ser humano pode se apaixonar por mais de uma pessoa por vez. Mentira. Amor inclui devoção, renúncia e exclusividade.
Encontrei minha metade perfeita cerca de nove anos atrás. Em um grupo de teatro, cabelos negros, sobrancelhas grossas, olhos marcantes, sorriso perfeito, ela me via como um amigo, mas eu a vi como mulher. Estamos casados até hoje e nosso amor cresce a cada dia. Há momentos tristes e momentos felizes, sim. Porém, “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na prosperidade e na adversidade, todos os dias de nossas vidas, amando-nos, respeitando-nos até que a morte nos uma a Cristo” é real, e não me arrependo nem por um segundo ter feito este voto junto dela. Fernanda me completa, é a metade perdida por quase vinte anos. Hoje, a metade achada.

Nunca desista de buscar o amor verdadeiro. Não se entregue a qualquer amorzinho de esquina. Quando a sua metade chegar, creia, você saberá que é ele não na sua carne, pois amor não é um “negócio de pele”, mas em seu coração, que é o lugar onde você guardará este amor para sempre.

Um comentário:

  1. Sem querer, parei exatamente aqui. Não acredito em metade de laranja. Acredito em várias formas de amar. Acredito que é possível amar um amigo e fazer dele um amor construído. Relacionamentos são cheios de altas e baixas. É preciso muita maturidade para lidar, pois amores lindos também se perdem ou se reencontram. Amor machuca.Amor perdoa e apesar de tudo, quer que o outro seja realmente feliz...
    O amor ensina!

    Helena de Tróia

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