segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

NÃO!

("O Filho do Homem", de Reneé Magritte. O proibido diante dos olhos, a negação nas mãos junto ao corpo. Desejará o homem no quadro morder o fruto proibido? Quantos frutos proibidos são colocados à nossa frente e acabamos mordendo o que não devemos? Qual o gosto que o homem sente ao provar do que não deve?)



A mesa é minha inimiga. Nos últimos dois anos eu ganhei 22 quilos (quase um quilo por mês, em média). Comer deixou de ser um prazer para tornar-se quase uma obsessão. Obsessão que preciso controlar.
Porém, eu nunca tive um bom relacionamento com o domínio próprio e o autocontrole. Agora, em meu corpo, pago o preço por não ter fechado a boca quando deveria.
Docinhos, bolachas, chocolates, sorvetes. Todos gostamos muito de tudo isso. eu, porém, não consigo consumir nada disso em pequenas quantidades. Se quero doce, tem que ser uma caixa. Se quero bolacha, um pacote, se quero chocolates, uma barra grande, se quero sorvete, um pote inteiro.
A desculpa que eu dou é a de que tenho taxa de Açúcar baixa e que sempre preciso compensa-la, pois sou hipoglicêmico.
A verdade é que sou viciado em açúcar.
Escrever isso não é fácil. Compartilhar algo tão mesquinho de mim mesmo, sem que pareça que quero a piedade de todos que me lêem é ainda mais difícil, exatamente por que não quero que você sinta pena, mas que se enxergue por meio dos meus erros. Não apenas os que eu cometi, mas os que cometo todos os dias.
Confessar nossas culpas faz bem, e uma das minhas maiores lutas é contra a falta de autocontrole. Domínio próprio é a elasticidade que o nosso superego tem para falar não ao nosso Id. É o controle da razão sobre a emoção e a vontade. E eu tenho grande dificuldade de dizer não para mim mesmo.
A pior parte de tudo isso é o depois. Depois de uma boa mesa, sempre sobra a dilatação do estômago. A dor estomacal é o sintoma de que exagerei, e todos os dias tenho sentido.
Não vou discutir os motivos que me levam a cometer estes deslizes. A ansiedade, a falta de maturidade para lidar com rejeição, a amargura, etc. tudo isso me conduz à falta de domínio próprio e acabo me punindo em meu próprio corpo.
Todos nós erramos, todos nós somos, eventualmente, dominados pelo desejo. Eu erro muito nesta área e preciso me controlar.
De uns tempos para cá tenho pensado em me policiar de forma mais ostensiva. Controlar o que desejo com a mente, mesmo que o corpo peça. Vou diminuir o açúcar. Sei que vou ficar mais ansioso e nervoso do que já sou, mas preciso de força para conseguir.
Eu tenho Jesus, então tenho onde buscar força. Quando não consigo me controlar, basta buscar a Ele e eu posso conseguir. Porém, mais do que qualquer coisa, preciso negar o excesso em meu desejo.
Preciso aprender a dizer não.
(continua abaixo)

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