segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Quando chegamos ao destino de nossas viagens, é como uma etapa que concluímos. Como se uma fase fosse vencida e outra fase começasse a partir dali.


Mas os detalhes da viagem ficam em nossa mente. Seja a vida passando pela janela do ônibus, ou sob as asas de um avião. Seja o vento batendo no rosto na janela do carro, seja o dedo estirado na beira da estrada, procurando chegar, sobre rodas, onde, sobre os pés, é longe demais.

Meu lar é onde estão meus sapatos, e meus sapatos estão em meus pés no momento, e para onde eu for, é lá que tenho que estar. Minha alegria não depende de ter, ser ou fazer mais do que os outros, mas agregar valor às vidas à minha volta.

A prioridade em nossas vidas, para Deus, é que busquemos a felicidade. Mas ele quer que a busquemos no lugar certo. O que vou falar pode ferir alguns ouvidos, mas é a verdade. Deus não quer que sejamos prósperos, ou que sejamos bons em algo. Deus quer que sejamos felizes, e se, para que nossa felicidade seja completa, ele precisar tirar algo de nós, então ele tirará. Não por maldade, mas para nos limpar.

Não quero ser melhor, nem fazer algo a mais. Esta viagem não serve para mim, meu itinerário é outro.

Cheguei ao fim desta viagem. Descobri quem sou e o que tenho que fazer? Sei o que Deus quer de mim? Não. Porém, descobri, em minha caminhada, que estes objetivos não são um fim em si, mas um caminho para a felicidade, e este caminho preciso caminhar com aqueles que amo.

Se sou importante para eles? Espero que seja tão importante para as pessoas que amo quanto elas são importantes para mim. O mundo não gira em torno de mim, eu giro em torno do mundo e preciso fazer com que ele mude de rota. Todos estão surdos, como diria a música de Roberto Carlos.

Todos estão orgulhosos demais, egoístas demais, feridos demais. A mídia em geral vende uma imagem de que aqueles que possuem são felizes, quando não são. Materialismo e pressa invadem nossas vidas de tal maneira que as coisas realmente importantes passam a ser deixadas de lado em detrimento das coisas urgentes.

Urgência e importância. Pressa e significado. Materialismo e relevância. Opostos absolutos, como bifurcações em nossa estrada que nos levam para caminhos diferentes. Não quero passar pela vida, como um ônibus que passa pelo ponto deixando a gente ali. Quero ter importância, significado e relevância, pois são as únicas coisas que realmente nos deixam felizes conosco mesmo.

É irônico, não? Só conseguimos ficar felizes conosco quando influenciamos as pessoas à nossa volta. Inconscientemente descobri que a minha felicidade está atrelada à felicidade dos que amo e a minha realização está ligada diretamente à realização dos que me cercam.

Só sou feliz aqui dentro quando olho para fora. Deus me ensinou que a melhor viagem interior que eu poderia fazer é à minha volta. Meu mundo se expandiu com este blog e quero agradecer a todos que me acompanharam até aqui nesta viagem em busca do autoconhecimento.

Como disse, não cheguei a conclusão nenhuma até agora, mas sei de uma coisa: Deus sabe exatamente qual o caminho que eu preciso tomar. Até que ele revele, pego meus sapatos e calço em meus pés. Meu lar é onde estão meus sapatos, e meus sapatos estão aqui e agora, e não em qualquer outro tempo ou qualquer outro lugar.

Adiante sonhos. Atrás, poeira.


Deus te abençoe!

João Thiago

Viajante

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